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segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Elisa Martins da Silveira


Elisa Silveira
Pintora Naif

Teresina, PI, 1912
Rio de Janeiro, RJ, 2001

Em 1945, transferiu-se para o Rio de Janeiro. Em 1952, passou a freqüentar o Curso Livre de Pintura do MAM-RJ, sendo aluna de Ivan Serpa. Serpa que, segundo Ferreira Gullar (1985, p. 229), buscava experimentar a arte pura, deu à Elisa total liberdade de expressão para que pudesse desenvolver sua pintura naïf.

Serpa ainda a integrou ao Grupo Frente, em 1954, onde expunha em conjunto com artistas concretos. Essa postura mostra uma liberdade formal do grupo, mesmo possuindo influências construtivistas internacionais. Em uma época em que o abstracionismo era sinônimo de arte moderna, como aconteceu nos anos cinqüenta no Brasil, o grupo dava um passo à frente ao relacionar a modernidade não à forma abstrata, mas sim à atitude do artista. Elisa foi premiada nas II e III Bienais de São Paulo, mesmo que nestas mostras o abstracionismo predominasse.

Se a arte concreta estava relacionada a uma utopia universalizante do homem, tendo como base a sua racionalidade, acabava também atropelando culturas regionais tradicionais. Nesse sentido, Elisa resgatou em sua pintura esses elementos populares. Há quem chame sua pintura de inocente, mas estudar o regionalismo em uma época de predominância de uma arte de concepção tecnocrática, não é nada inocente.

Tatiana Rysevas Guerra (bolsista FAPESP)
Profa. Dra. Daisy Peccinini (orientadora)

Fonte: Museu de Arte Moderna/SP
www.mac.usp.br/mac

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OBRAS




Vi não sei aonde
óleo s/ tela




O palhaço
óleo s/ tela




Coroação de Nossa Senhora
óleo s/ tela



Bar Ben
óleo s/ tela




O circo
óleo s/ tela





A banda
óleo s/ tela
71 x 99 cm
Propriedade: Galeria Jacques Ardies



São Benedito / 1995
óleo s/ tela, ass. dat. 61 no verso, com etiqueta da exposição Elisa Martins da Silveira, de 17 de maio a 3 de junho de 1995 na Galeria de Arte Ibeu, Rio de Janeiro
72,5 x 53,5 cm


Flores do Campo / 1995
óleo s/ tela, ass. e dat. 1961 no verso, com etiqueta da exposição Elisa Martins da Silveira, de 17 de maio a 3 de junho de 1995 na Galeria de Arte Ibeu, Rio de Janeiro
60 x 73 cm


Festa de Iemanjá / 1995
óleo s/ tela, ass. e dat. 1959 no verso, com etiqueta da exposição Elisa Martins da Silveira, de 17 de maio a 3 de junho de 1995 na Galeria de Arte Ibeu, Rio de Janeiro
65 x 92 cm


Circo - 1957
Óleo sobre tela
72x92
Premiado na 4ª Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo – MASP
Exposto na galeria de arte do IBEU-RJ
Acervo IIAN


Casamento, 1955
Óleo s/ tela, 64.3 x 53.8 cm. Acervo MAC-USP



Procissão/ 1953
óleo sobre tela
81 x 100 cm
Museu de Arte Moderna (Rio de Janeiro, RJ)


ELISA MARTINS DA SILVEIRA – ANÁLISE
Praça de Paris, 1953


A obra é repleta de personagens e elementos rurais, representativos da cultura popular brasileira. O desenho é propositadamente simplificado, com planos que não obedecem à perspectiva acadêmica.

As cores são fortes, lembrando os fauves franceses, relacionados à crítica da excessiva racionalização do mundo moderno. O preenchimento total do espaço por pequenos elementos é o oposto da valorização do vazio da arte construtiva.

Há quem a chame de inocente, e a compare com “miniaturas persas”, como Flávio de Aquino (Elisa Martins da Silveira. São Paulo: Galeria Astréia, 1963). Talvez seja um modo de classificá-la entre a arte pré-civilizada, o que implica um certo pejorativismo. Em uma época em que a arte era impregnada de um sentido racional universalizante, como a arte concreta, que veio ainda se opor a uma arte igualmente relacionada a valores europeus, como as academias de belas-artes, a arte de Elisa não é nada inocente. É talvez uma crítica ao “imperialismo da civilização tecnológica” que tanto afligia Vilanova Artigas no início dos anos cinqüenta. (in: SUBIRATZ, Eduardo. Da Vanguarda ao Pós-Moderno. São Paulo: Nobel, 1991. p. 2)

Tatiana Rysevas Guerra (bolsista FAPESP)
Profa. Dra. Daisy Peccinini (orientadora)


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Exposições Coletivas


1953 - Lausanne (Suíça) - Feira Internacional de Lausanne

1953 - São Paulo SP - 2ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão dos Estados - Prêmio Carmem Dolores Barbosa

1954 - Caracas (Venezuela) - 10ª Conferência Interamericana de Caracas

1954 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Grupo Frente, na Galeria Ibeu Copacabana

1955 - Milão (Itália) - 4º Prêmio Lissone

1955 - Rio de Janeiro RJ - 2ª Grupo Frente, no MAM/RJ

1955 - Rio de Janeiro RJ - 4º Salão Nacional de Arte Moderna

1955 - São Paulo SP - 3ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão das Nações - Prêmio Lãs Santista

1956 - Resende RJ - 3ª Grupo Frente, no Itatiaia Country Club

1956 - Rio de Janeiro RJ - 5º Salão Nacional de Arte Moderna

1956 - São Paulo SP - 50 Anos de Paisagem Brasileira, no MAM/SP

1956 - Volta Redonda RJ - 4ª Grupo Frente, na Companhia Siderúrgica Nacional

1957 - Buenos Aires (Argentina) - Arte Moderna no Brasil

1957 - Lima (Peru) - Arte Moderna no Brasil

1957 - Rio de Janeiro RJ - 6º Salão Nacional de Arte Moderna

1957 - Rosário (Argentina) - Arte Moderna no Brasil

1957 - Santiago (Chile) - Arte Moderna no Brasil

1957 - São Paulo SP - 4ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho

1958 - Cidade do México (México) - 1ª Bienal Interamericana do México

1958 - Rio de Janeiro RJ - 7º Salão Nacional de Arte Moderna

1959 - Leverkusen (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa

1959 - Munique (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa, no Kunsthaus

1959 - Rio de Janeiro RJ - 8º Salão Nacional de Arte Moderna

1959 - São Paulo SP - 5ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho

1959 - São Paulo SP - Prêmio Leirner de Arte Contemporânea, na Galeria de Arte das Folhas - prêmio aquisição em pintura

1959 - Viena (Áustria) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa

1960 - Hamburgo (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa

1960 - Lisboa (Portugal) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa

1960 - Madri (Espanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa

1960 - Paris (França) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa

1960 - Rio de Janeiro RJ - 9º Salão Nacional de Arte Moderna

1960 - São Paulo SP - Contribuição da Mulher às Artes Plásticas no País, no MAM/SP

1960 - São Paulo SP - Prêmio Leirner de Arte Contemporânea, na Galeria de Arte das Folhas - prêmio aquisição em pintura

1960 - Utrecht (Holanda) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa

1961 - Rio de Janeiro RJ - 10º Salão Nacional de Arte Moderna

1961 - São Paulo SP - 6ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho

1962 - Nova York (Estados Unidos) - National Federation of Arts

1963 - Campinas SP - Pintura e Escultura Contemporâneas, no Museu Carlos Gomes

1963 - Rio de Janeiro RJ - Coletiva, na Academia Brasileira de Belas Artes - Prêmio de Mérito Portinari

1970 - Londres (Inglaterra) - South American Country Art, Paintings by Self-Taught Artists from Brazil, Colombia and Honduras - The Portal Gallery

1970 - Madri (Espanha) - Naifs Brasileños, no Club Pueblo

1975 - Rio de Janeiro RJ - Instinto e Criatividade, no MNBA

1984 - Rio de Janeiro RJ - Grupo Frente 1954-1956, na Galeria de Arte Banerj

1984 - Volta Redonda RJ - Grupo Frente 1954-1956

1986 - Resende RJ - Grupo Frente 1954-1956

1987 - São Paulo SP - As Bienais no Acervo do MAC: 1951 a 1985, no MAC/USP

1988 - Rio de Janeiro RJ - O Mundo Fascinante dos Pintores Naïfs, no Paço Imperial

1995 - Rio de Janeiro RJ - Elisa Martins da Silveira: Retrospectiva, na Galeria do IBEU: Copacabana e Madureira


Fonte: www.itaucultural.org.br

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BIBLIOGRAFIA DO ARTISTA

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