Pesquisando sobre a pintora naïf Djanira, encontrei o catálogo da exposição “A arte sob o olhar de Djanira”, da Coleção Museu Nacional de Belas Artes (Ouro sobre Azul Editora, 2005).
“Os trabalhadores do campo e das cidades, as manifestações populares e religiosas, as matas verdes, as flores e os frutos tropicais, nascidos a partir da paleta da artista, relatam o poderoso sentido da brasilidade de Djanira. Uma fascinante lição de um país que existe! O Brasil feito de poesia e alma de um povo trabalhador, feliz, em sua geografia de paraíso eterno, embora, muitas vezes, tenhamos que buscá-lo”. (pg. 09)
Fonte: http://www.cultura.gov.br/site/2006/04/03/a-arte-sob-o-olhar-de-djanira-3/ |
“O desenho era para Djanira um exercício, uma prática necessária. A obra nascia a partir do desenho. O grafite, a caneta esferográfica, o crayon ou o lápis de cor sobre o papel registravam os primeiros momentos da composição, que se completava através da utilização da têmpera a guache ou tinta a óleo. Num artigo, de 1962, o crítico José Roberto Teixeira Leite nos conta: ‘Era preciso ter visto Djanira pintando oito, dez, doze horas diárias (…) para avaliar a força íntima dessa criatura, tão concentrada em sua criação. Mostrou-me seus desenhos, e são centenas: não se passou um dia sem que a artista procurasse corrigir e apurar a sua técnica em exercícios de sensibilidade e agilidade. Seria necessário ver também o que está por trás de cada obra sua concluída – os esboços ou estudos preparatórios de seus quadros pintados’.” (pg. 53)
Óleo sobre tela 59.0 x 80.5 cm DO RIO DE JANEIRO (Museu do Ingá) |
Por fim, o site Wikiquote traz a descrição feita pelo escritor baiano Jorge Amado, ícone de nossa cultura, à brasilidade da pintora:
“Djanira traz o Brasil em suas mãos, sua ciência é a do povo, seu saber é esse do coração aberto à paisagem, à cor, ao perfume, P'as alegrias, dores e esperanças dos brasileiros.
Sendo um dos grandes pintores de nossa terra, ela é mais do que isso, é a própria terra, o chão onde crescem as plantações, o terreiro da macumba, as máquinas de fiação, o homem resistindo à miséria.
Cada uma de sua telas é um pouco do Brasil.”
Conheça o perfil completa de Djanira, clicando na imagem abaixo:
Grande artista amiga e quem me ensinou na trabalhar com azulejos quando juntos com outros amigos fazíamos o painel em atenção aos trabalhadores mortos nas obras do túnel Santa Barbara e que não deve estar mais lá na capela no centro do mesmo e sim na casa de algum político que como sempre roubam a arte brasileira.
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