quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Bill Traylor e o American Museum of Folk Art






Fachada do Museum of American Folk Art
Av. Broadway, Manhattan, Nova York (EUA)
Foto: Álvaro Nassaralla

Nós, do IIAN, estivemos em setembro último no Museum of American Folk Art (Museu Norte-Americano de Arte Folclórica), em Nova York. Infelizmente, só tivemos aceso à loja do museu, já que a última exposição havia encerrado naquela semana e estavam remanejando o local para receber a próxima atração.


O trabalho do artista que ficou exposto até o dia 22 de setembro/2013 é, talvez, do maior ícone da arte popular (folk) dos Estados Unidos. Seu nome é Bill Traylor. Filho de escravos, após a emancipação viveu com sua família na mesma plantação no Alabama até 1930. Começou a pintar aos 85 anos de idade e viveu até os 95 (1854 – 1949). Entre primitivo e naif, Traylor será tema de um próximo post.


Segundo o site do Museum of American Folk Art a exposição incluía 63 desenhos e pinturas do artista auto-didata nascido no Alabama: "Traylor começou a fazer arte próximo do final de sua vida, e seus trabalhos são notáveis pela forma e contornos planos, simples e definidos, e composições vibrantes nas quais as memórias e observações relativas à vida afro-americana são mescladas. Traylor é reconhecido como um dos melhores artistas do século 20". 

O livro de reproduções da obra do artista (imagem abaixo) estava a venda na loja do museu. Clique no título para comprar o livro. Você vai ser redirecionado para o site do museu: Bill Traylor: Postcard Book.


Bill Traylor: Postcard Book
Publicado por Artpost, Estados Unidos, 2000

O cartão de visitas do museu, que peguei para manter contato com o simpático staff do museu, tinha a reprodução de uma obra naïf no seu verso. A obra é "Situação da América", datada de 1848 (imagem abaixo), que mostra um navio a vapor atracado em um porto onde diversas cargas e também uma âncora estão dispostas pela doca.


"Situação da América", 1948
Verso do cartão de visitas do
Museum of American Folk Art


Site do museu: www.folkartmuseum.org/


Texto: Álvaro Nassaralla

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Samico


Gilvan Samico
Foto: Nordesteweb
[Gilvan José de Meira Lins Samico]
Recife, 15 de junho de 1928
Reside e trabalha na cidade de Olinda (PE)


Samico é um artista que considera a importância da evolução constante da técnica e seus produtos de arte. Começou com a xilogravura de aspecto tradicional, onde as figuras relativamente simples compunham uma cena, muitas vezes sobre o fundo branco.




Gilvan Samico
Xilogravura
Fonte:  40forever


Nascido em Recife, transferiu-se para São Paulo em 1957, ainda com poucos conhecimentos gráficos, para estudar com Lívio Abramo. No ano seguinte, continuando sua bisca por aprendizado, vai para o Rio de Janeiro estudar na Escola Nacional de Belas Artes, no curso livre de gravura, com Oswaldo Goeldi.
 
Xilogravura
Foto: João Liberato / Divulgação


Xilogravura
Foto: João Liberato / Divulgação



Antes disso, aos 17 anos, começou a se interessar por desenhos ao se deparar com um livro de ilustrações das celebridades hollywodianas do pós-guerra. Aquelas imagens dos artistas famosos que ele assistia no cinema, despertaram-no a vontade de desenhar, copiando as ilustrações que via.


'Criação – O sol, a lua e as estrelas'
Xilogravura
Foto: João Liberato / Divulgação
Fonte: Bolsa de Arte
 

Hoje, Samico produz apenas uma ou duas peças por ano, já que o xilogravador pernambucano estende-se por ricas e detalhadas pesquisas para a realização de cada obra. Dessa forma, aspectos mitológicos são pesquisados de forma profunda, o que permite a criação de obras-primas universais.


'Via-Láctea – Constelação da serpente'
Xilogravura
Foto: João Liberato / Divulgação

Fonte: http://br.blouinartinfo.com/



'Tentação de Santo Antônio', 1962
xilogravura
34 x 45 cm
Acervo Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães (MAMAM), Recife
Foto: Breno Laprovítera
Fonte: Museu Maria Antônia

 


Mas Samico, assim como a arte da xilogravura, evoluíram muito com os anos. Suas obras chegaram ao status de verdadeiras composições de uma mitologia quase épica, muitas vezes montando quadros dentro de outros quadros. como podemos ver na imagem abaixo.



Xilogravura
Fonte: 40forever
 

Texto e postagem: Álvaro Nassaralla
alvaronassaralla@gmail.com



Estadão:
Mostra reúne gravuras de Gilvan Samico - Artista que une histórias ancestrais com cultura popular está entre os grandes gravadores do País

 

sábado, 12 de outubro de 2013

Nossa Senhora da Aparecida na pedra do fundo do riacho


Em cartaz até 15 de dezembro de 2013, a exposição 'Cores de Minas: A Arte Naïf de Francisco Severino' traz uma agradável surpresa. Além das telas, o pintor naif traz pedras de fundo de riacho pintadas e o destaque fica para a Nossa Senhora de Aparecida, santa aliás que é comemorada no dia de hoje.


'Nossa Senhora de Aparecida'
Acrílica sobre pedra de fundo de riacho
Foto: Álvaro Nassaralla


Outra bela peça em pedra está abaixo e traz uma paisagem com muitas árvores coloridas cortada pelo rio.


Acrílica sobre pedra de fundo de riacho
Foto: Álvaro Nassaralla
 

'O trem de ferro', 2008
80 x 50 cm
Foto: Álvaro Nassaralla


Veja cobertura da expo:
Cores de Minas: A Arte Naïf de Francisco Severino

 
Veja mais sobre: Francisco Severino
 

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Ivanilde Gallo doa peça para nosso Acervo



Ivanilde Gallo é uma artista naif que trabalha com materiais que a natureza descarta. Portanto, pode ser considerada uma artista sustentável em sua essência.

Temos orgulho de contar, agora, com uma de suas peças em nosso acervo (imagem abaixo).

 
"Girassóis na Serra"
Acrílica sobre folha de palmeira
83 cm de altura
 
Gallo é uma artista natural de Teresópolis, cidade serrana do Estado do Rio de Janeiro, simbolizada pelo belo Pico Dedo de Deus, o qual a artista quase sempre retrata em seus trabalhos.



Ivanilde Gallo

 
Oficinas de arte natural em escolas e no Sesc



Mais informações sobre sua arte nos links abaixo:




Conheça mais de 130 artistas naifs contemporâneos
resenhados por nós, clicando no botão:

 

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Cores de Minas: Francisco Severino expõe no Espaço Furnas no Rio

Com quase quarenta anos dedicados a arte naif, Francisco Severino abre sua nova exposição chamada 'Cores de Minas' no Espaço Furnas Cultural (RJ).
 

O artista expõe vinte telas, além de pedras de fundo de rio pintadas com suas paisagens do interior do país.


Natural de Descoberto (MG), cidadezinha próxima a São João de Nepomuceno, região de Juiz de Fora e Zona da Mata, ganhou reconhecimento internacional participando de coletivas em países de todo o mundo.
 

'Cavalo Baio', 2009
80 x 60 cm
Foto: Álvaro Nassaralla

Estivemos cobrindo a exposição e vamos postando no correr da semana mais novidades.
 

SERVIÇO

Cores de Minas: A Arte Naïf de Francisco Severino

Espaço Furnas Cultural

Terças às sextas, das 14h às 18h, e aos sábados, domingos e feriados, das 14h às 19h.

De 27/09 a 15/12/2013

Rua Real Grandeza, 219 - Botafogo - Rio de Janeiro, RJ

Tels. (21) 2528-3634 / 2528-4334

 


Mais sobre o artista: Francisco Severino

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

R.N. Schachter: O Pintor de Santos da Rua Royal (New Orleans)

Santa Terezinha do Menino Jesus
 ou Santa Tereza de Lisieux
Marcador laminado
3 "x 6"


A imagem ao lado é um marcador de livro, laminado, com a Santa Terezinha do Menino Jesus, ou Santa Tereza de Lisieux ou, ainda, 'santinha das rosas'.

Nós, do Instituto Internacional de Arte Naif, estivemos em New Orleans (Estados Unidos) em setembro último, e nos deparamos com o artista R.N. Schachter vendendo telas e sua coleção de marcadores ilustrados com santos católicos. Trouxemos o exemplar ao lado.  

Para quem prefere acreditar em coincidências, quando chegamos ao Brasil fomos conferir o site do artista e lá encontramos todos os santos da série (e são em 180), entretanto, o destaque fica para a santa de nossa devoção. Schachter explica por que:

"O nome de domínio do site, 'Meu pequeno site de santos" (My little Site of Saints), foi inspirado por Santa Teresa de Lisieux, 'A Pequena Flor', que falou de seu 'pequenino caminho' de encontrar o amor nas coisas cotidianas".

O artista ainda diz que este é verdadeiramente um projeto de amor e que tudo começou no verão de 1991.
  
São Benedito

 
São Jorge


  

Tudo começou no verão de 1991

A inspiração pode vir de estranhos caminhos, caminhos antes impossíveis de serem imaginados pelo artista. Apenas quando a ideia se concretiza é que começamos a entender.

Assim aconteceu com o americano R.N. Schachter, como ele mesmo conta em seu site. O artista estava vendendo seus trabalhos nas ruas de New Orleans, mais precisamente na esquina da Royal Street com a Pirates Alley, bem no coração do famoso bairro histórico de French Quarter.


Essa localização o coloca exatamente atrás da Catedral de St. Louis. Foi quando num dia qualquer, vivendo em uma cidade cheia de santos católicos e de outras religiões, uma cidade realmente muito espiritual, ele teve a ideia de pintar séries de ícones católicos.

Schachter continua dizendo que, sendo de origem judia, pouco sabia do assunto. Então, pesquisou na biblioteca municipal e descobriu que existiam correlações entre os santos e as profissões humanas. Dessa forma, passou a pintar e comercializar.

Atrás de cada marcador de livro existe a história do santo, com os milagres realizados, características e data comemorativa.



Ele assina abaixo de seu nome como o "Pintor de Santos da Rua Royal" (The Saint Painter of Royal Street).


Site para compra de santos da coleção:
 
 
Conheça a história da Royal Street.