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quarta-feira, 3 de abril de 2013

Maurílio Silva

Maurilio Antônio Silva
Carvalhos - MG - 29/12/75





Maurilio Silva é um talento bruto e, por isso, valioso. Nascido nas Minas Gerais, o pintor que faz questão de se classificar como ingênuo  traz belas paisagens da roça e de cidade do interior em seu trabalho.

A cena do coreto da praça e o casario colorido demonstra o talento e a bela composição de cores, além da distribuição espacial das formas na tela. Ele gosta muito de pintar casarões.


Maurílio Silva
Acrílica sobre tecido

Perguntamos a Maurilio como começou a pintar: "Desde garoto comecei fazendo desenho com carvão em pedaço de papelão e tábuas". Perguntamos também o que o motivava a desenhar: "Eu via os desenhos nos livros da escola".

O processo criativo de Maurilio Silva é em grande parte inconsciente. Ele trabalha unicamente com a imaginação ao criar suas telas. Isso não quer dizer que não sofra influência das paisagens com as quais convive e também de seu passado.


A imaginação, principalmente a que é transformada em arte, pode ser considerada como o que não sabemos que já sabemos. Por isso, toda a nossa vivência está oculta e entranhada em nossa mente e corpo. Maurilio mesmo diz: "Não gosto muito de passar para o papel ou para tela o que vejo. Procuro imaginar um lugar, uma vila de casas perdida no pasto onde os fios e os postes não estão presentes".





Talvez um dos maiores ofícios de qualquer artista seja questionar, estar sempre em dúvida. Mas as incertezas não assustam o artista. Elas devem impulsioná-lo para novos desafios. E assim é Maurilio Silva: sempre se perguntando, sempre questionando a si e ao mundo.

Sobre suas influências, ele fala: "Gosto muito de assistir aos programas da TVE e TV Cultura porque estão sempre mostrando os trabalhos dos artistas. Também me inspiro na pintura de Waldomiro de Deus com seus traços fortes e as cores vivas, vibrantes. Gosto muito das pinturas de Adriano Dias e do ator Lima Duarte.



 

Sobre a infância, o pintor diz que não encontrou facilidades em sua vida: "Tive uma infância muito pobre e minha mãe pintava paninho pra fora. Tinha uma prateleira onde ficava os pratos e jogos de latas", conta Maurílio recordando seus primeiros anos.

Foi morar na cidade com três anos, mas sempre foi ligado na zona rural: "Meus pais foram boias-frias. Eu e meus irmãos trabalhamos muito no campo (milho, feijão, arroz). Meu pai foi carreiro e retireiro. Minha família morava na cidade e ia trabalhar na fazenda".




Acrílica sobre tecido


O pintor nasceu no sul de Minas, no município de Carvalhos. Segundo o Wikipédia, Carvalhos (MG), "possui inúmeras cachoeiras distribuídas por todo o município (em torno de 70 quedas) e mais de 400 km de trilhas para a prática de Off-Road. Essas trilhas e cachoeiras são de beleza surpreendente".

Muitas dessas quedas servem de inspiração para Maurílio, mas como ele mesmo diz, tudo vem de sua imaginação. Com sua capacidade de visualizar imagens mentais, não gosta de passar o que vê para a tela ou papel.






Acrílica sobre Cartolina
 


Carvalhos - MG
 
 
A região também abrange o povoado Carimbá que surgiu na época da escravidão. Maurilio nos contou que dizem que neste lugar os escravos eram marcados para serem vendidos. Daí o nome Carimbá.

Outra peculiaridade da região é o Pico do Muquém: "Ele é lindo. Em algumas de minhas pinturas, ele está presente.
 
 
 
 
 
 
 

Pico do Muquém - Carvalhos (MG)
Foto: Integraminas

 
 
A veia artística de Maurilio pode ter vindo de longe: "Meu finado pai contava que minha bisavó, que veio da África, era um tecelã de mão cheia. Ela plantava algodão e era dele que ela fazia a linha. Fazia as roupas. Ela tinha tudo de que precisava no quintal da casinha".
 
 
O artista mineiro pinta em seu quarto mesmo e faz dele um pequeno ateliê: "Usei muito a tinta guache e, de um ano para cá, venho usando tinta Acrilex para tecido porque minhas telas são de tecido".

Aguardamos novidades desse promissor talento mineiro!

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Waldomiro de Deus

[Waldomiro de Jesus Souza]
12 de junho de 1944
Itajubá - BA


A obra do artista que nasceu em Itagibá está presente em diversas coleções particulares e oficiais. No Brasil, integra os acervos da Pinacoteca do Estado de São Paulo, do Museu de Arte Brasileira da FAAP, Museu de Arte Contemporânea da USP, Museu Edson Carneiro, entre outros.

Fonte: Globo.com

Fonte da imagem: www.entremeios.saobernardo.sp.gov.br

"Minha arte fala do dia-a-dia para o homem se aproximar mais do Criador"

Waldomiro de Deus


Adão pai da fé


Nascido em 1944, aos 12 anos, fugiu da pequena Itajibá, no sul da Bahia,e começou a percorrer o Brasil. Inicialmente, passou pelo interior de Minas, onde chegou a dormir em grandes pedras no meio de um rio."Também carreguei malas na estação e dormi sobre fornos de uma padaria".

Foi como carona de um pau-de-arara que ele chegou a São Paulo."Era 1958.Vivi como menino de rua, dormindo em bancos de praça até que um sargento da guarda civil me levou para a casa dele em Osasco",conta o pintor.O policial também lhe deu uma caixa de engraxate,com a qual começou a trabalhar.

Waldomiro também lembra qual foi sua primeira obra de arte: uma escultura de barro em que mostrava uma santa em trajes modernos."Quando a coloquei numa loja da cidade, o dono queria me bater. Achou uma falta de respeito com a Igreja e só se acalmou quando a tirei de lá.Depois desse episódio, decidiu conhecer outras terras. Viajou por Catanduva e Presidente Vanceslau. Mas retornou a Osasco, já com 17 anos, onde conseguiu emprego como jardineiro. "No fundo da casa, encontrei tintas, pincéis e cartolina.Comecei a pintar de noite e a dormir durante o serviço", conta.

Foi demitido, mas até hoje lembra da primeira imagem que criou: um enterro."Pinte muito nessa fase. Lembrava do interior da Bahia e retratava festas populares, histórias sobre mula-sem-cabeça e lobisomens. "Desempregado, pegou umas 30 cartolinas que havia desenhado e foi para o Viaduto do Chá. Colocou tudo no chão e conseguiu vender duas delas para um americano, obtendo dinheiro suficiente para alugar um quarto para dormir.

Começou assim uma carreira como pintor que decolou de fato quando encontrou o que ele chama de "primeiro anjo da minha vida": o Marquês Terry Della Stuffa."Ele me deu roupas, espaço para pintar e tintas a óleo", diz.Waldomiro de Deus passou então a conviver com coquetéis da alta sociedade paulista, conhecendo a família Matarazzo e o crítico Pietro M. Bardi. "Encontrei assim o meu segundo anjo: o físico e crítico de arte Mário Schemberg. Ele lia minhas obras como se fossem um livro", agradece o pintor.

Nos anos 60, já vivendo de sua arte, Waldomiro de Deus morava na Rua Augusta."Adorava aquelas lojas de roupas bonitas.Um dia,vi uma minissaia numa vitrine.Não sabia o que era. Experimentei e vi que era para mulher. A dona da loja me desafiou.Disse que me pagava se eu saísse com ela no meio da rua. Não pensei duas vezes. Me xingavam de tudo quanto era nome feio",relata. Esse tipo de atitude desafiadora lhe deu notoriedade."Pintei Nossa Senhora de minissaia com cinta-liga e botas",lembra. Seu nome virou assim sinônimo de polêmica.

De volta ao Brasil, em 1975, o pintor mora hoje em São Paulo e tem atelier também em Goiânia. Casado, com seis filhos,já pintou mais de 2000 obras sobre folclore,céu,inferno, planetas e situações do cotidiano,espalhadas por colecionadores e museus de todo o mundo."Posso viajar muito,mas sinto saudade das minhas origens",diz,lembrando que o começo de sua pintura está ligado às coisas simples do interior,um universo que a UNESP,pela distribuição de suas unidades pelo Estado de São Paulo,conhece muito bem.A partir de 1966, Waldomiro viveu na Europa,expondo na França, Itália, Bélgica e Holanda. Conheceu ainda celebridades, como Salvador Dali."Ele me deu um beijo surrealista,com aqueles bigodes que pareciam duas antenonas".

Fonte: //pt.wikipedia.org/wiki/Waldomiro_de_Deus