segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Edilson Araújo

Nasceu em 23 de fevereiro de 1950 no estado do Rio Grande do Norte. Filho de camponeses simples, teve o privilégio de conviver com a caatinga e o cerrado e ao mesmo tempo com o meio urbano.

Inicia sua produção artística em 1980 com a obra "O pagador de promessas". A partir de 1984 é convidado a criar cartões de natal, selos postais e aerogramas, além de continuar expondo suas obras. Nessa época, teve de abandonar a tinta a óleo por questão de saúde e de se utilizar da tinta acrílica sobre tela, obtendo também ótimos resultados, consagrando-se como paisagista.


Suas obras são encontradas em no Brasil, em galerias de São Paulo, como também outros continentes.

Texto adaptado de: www.edilsonaraujo.com



Dila Rodrigues

Dileusa Dinis Rodrigues nasceu em 26 de Abril de 1939, no Estado do Maranhão. Iniciou sua carreira em 1968 e começou a se destacar alguns anos depois, quando além do óleo sobre tela passa a expressar sua arte também através de litografias.

Fonte: www.glatt.com.br
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Por Manoel Santos Neto

Uma maranhense de hábitos simples, que gosta de cuidar de plantas e de animais, é hoje uma das maiores expressões das artes plásticas no Brasil, mas muitos de seus conterrâneos nem sabem disto. Esta mulher se chama Dileusa Dinis Rodrigues, ou simplesmente Dila, uma artista que, com esmero e dedicação, trabalha em silêncio, sempre buscando o novo, numa perseverante procura de técnicas modernas para que seu trabalho se torne cada vez mais belo e acessível.

Conhecida por pintar naïfs, Dila dedica boa parte de seu tempo ao que mais gosta de fazer: pintar, ler e cuidar de seus cães. Não é à toa que a artista maranhense já recebeu reconhecimento internacional e já tem seu nome inscrito em livros importantes de artes plásticas no mundo. Debruçada sobre telas de linho, ela produz seus quadros, num cenário que propicia tranqüilidade e paz, rodeada por mangueiras e por cachorrinhos da raça poodle. “Eu amo a natureza; e dificilmente há um trabalho meu que não tenha, pelo menos, um cachorrinho. Eles só dão amor para a gente”, afirma a pintora.


Manuseando tintas e pincéis, em seu ateliê localizado em sua residência, na Cohama, a artista viaja pelo mundo dos naïfs. Suas obras podem ser vistas em várias galerias do Brasil e do Exterior. Construtora de uma carreira de repercussão nacional e internacional, Dila acredita que não poderia ser outra coisa além de artista. “Meu mestre foi a natureza. E esse dom foi Deus quem me deu”. Há obras da maranhense, por exemplo, na cidade espanhola de Figueiras, no castelo onde morou Salvador Dali.

A pintora também tem quadros no Museu de Arte Naïf de Max Fourny, em Paris e no Museu de Arte de Bariloche, na Argentina. Em São Luís, é de autoria da artista, o painel pintado no Aeroporto Hugo da Cunha Machado (Tirirical). Outros exemplares da artista podem ser vistos na sede da Junta Comercial do Maranhão (Jucema). De tamanhos variados, alguns dos seus trabalhos, a exemplo de Cabaret, Bumba-meu-boi e Tambor de Crioula, já foram destaque na Galeria Jacques Ardies, especializada em arte naïf e onde a artista maranhense já montou várias exposições.

Fonte: http://www.guesaerrante.com.br/2007/5/15/Pagina880.htm

Painel A - Aeroporto de São Luís - MA


Detalhe do Painel B - Aeroporto de São Luís - MA


Exposições Individuais

1968
Instituto Cultural Brasil - Argentina - São Paulo
Galeria 21 - Recife - PE

1969
Clube Português - São Paulo

1970
Galeria Emertur - São Paulo

1971
Galeria Aki - São Paulo
Pocket Gallery - São Paulo

1973
Galeria Gradiva - Buenos Aires
Galeria Itaú - São Paulo

1974
Baiuca - Lançamento de calendário da BASF - São Paulo

1979
Clube Hebraica - São Paulo

1982
Galeria Cades - São Paulo

1986
Museu Histórico e Artístico do Maranhão - São Luis do Maranhão

1987
Galeria Jacques Ardies - São Paulo

1988
Museu Histórico e Artístico do Maranhão - São Luis - MA

1989
Galeria Jacques Ardies - São Paulo


Exposições Coletivas

1970
Semana da Arte - Guaranhums

1972
Leilão no Clebe Internacional - Recife - PE
Festival de Arte - União Cultural Brasil - Estados Unidos - São Paulo
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM - Rio de Janeiro - RJ
Gallery Canteghill - Bariloche - Argentina

1973
Galeria Irlandine - Rio de Janeiro - RJ
Universidade da Flórida e de Los Angeles - USA

1974
Galeria Bonfiglioli - São Paulo
Festival de Arte de Birmigham - Museu Alabama - USA
Universidade Nashville - Tennesse - USA
Galeria Porta do Sol - Brasília - DF

1975
Galeria Cromo - Buenos Aires - Argentina
Galeria Academus - São Paulo
Galeria Emy Bomfim - São Paulo
Galeria Portal - São Paulo

1977
Galeria Sharp - Belém - Pará
Pan Americana Health Organisation - Washington - USA

1979
Museu de Arte de São Paulo - MASP - São Paulo
Galeria Coliseum - Brasília - DF
Galeria Cravo-Canela - São Paulo

1980
Galeria Academus - São Paulo
Nove artistas brasileiros (gravuras) - Embaixada - Bogotá - Colômbia
Galeria Jacques Ardies - São Paulo
Embaixada Brasileira - (gravuras) - Paris - França
Museu paço das Artes - "Gente da terra" - São Paulo

1981
Galeria Flexor - Marília - SP
International Art Exposition - New York e Washington - USA

1982
Galeria Cades - São Paulo
Galeria Loggia - Presidente Prudente - SP

1983
Galeria Jardim Contemporâneo - Ribeirão Preto - SP
Galeria Ranulfo - São Paulo
Leilão Maksoud Plaza - São Paulo
Galeria Dualibe - Fortaleza - Ceará

1984
Três Pintores Naifs Brasileiros - Galeria Jacques Ardies - São Paulo
Museu Histórico e Artístico do Maranhão - São Luis - Maranhão

1985
"Nove Artistas da Galeria Jacques Ardies" - Museu do Sol - Penápolis - SP
Galeria Jardim Contemporâneo - Ribeirão Preto - SP
Galeria Ranulfo - São Paulo
Feira de Arte Internacional de Lisboa - Portugal

1986
Brésil Naifs - Galeria Art 4 - La défense - Paris (exposição organizada pela Maison
des Cultures du Monde, sob o patrocínio do Ministério da Cultura da França
Exposição UNICEF - Maksoud Plaza - São Paulo, Copacabana Palace - Rio de Janeiro
Hotel Nacional - Brasília

1987
"Brésil Naifs"- Galeria Bab Rouah - Rabat - Marrocos
Chapel Art Show - São Paulo
Grande Coletiva de Arte Naif - Galeria Jacques Ardies - São Paulo
Exposição UNICEF - Maksoud Plaza - São Paulo - Rio de Janeiro - Brasília

1988
Galeria Augusto-Augusta - Semi-individual com Manezinho Araújo - São Paulo
Pintura Ingênua - MASP - São Paulo
Exposição UNICEF - Maksoud Plaza - São Paulo - Rio de Janeiro - Brasília
Exposição Escandinava - Igreja Lutherana - São Paulo


Bibliografia

1985
La Cité et les Naifs - Max Fourny - Ed. Art et Industrie - Paris

1986
Annuaire De L'art Internacional - Patrick Sermadiras - Paris
Catálogo Internacional de Arte Contemporânea - Rimeco - Suisse
Artes Plásticas Brasil, seu mercado, seus leilões - Julio Louzada - São Paulo

Museus

Museu de Arte de Americana - SP
Museu de Arte de Recife - PE
Museu do Sol - Penápolis - SP
Museu de Bariloche - Argentina
Musée d'Art Nai'f - Paris - França
Museu Histórico e Artístico do Maranhão - São Luis - MA

Dalvan da Silva Filho


Dalvan Filho é um artista Naïf carioca que ama a "Cidade Maravilhosa". Sua obras retratam as Belezas, qualidades, culturas e diversidades do Rio de Janeiro. Com sua ótica fantasticamente inocente e ao mesmo tempo crítica, o artista já expôs suas obras no Brasil e também percorreu Estados Unidos e Europa. Suas obras são encontradas no MIAN – Museu Internacional de Arte Naïf do Brasil.

Fonte: http://www.dalvanfilho.xpg.com.br

Botafogo


O Theatro Municipal
Acrílico sobre eucatex - 60 x 40 cm



Exposições Coletivas:

• O MUNDO FASCINANTE DOS PINTORES NAÏFS
Paço Imperial (uma Amostra do Museu Internacional de Arte Naïf do Brasil - MIAN), Rio de Janeiro, RJ
• II SALÃO DE INVERNO DE ARTES PLÁSTICAS DE VOLTA REDONDA (1995) - Espaço Cultural Memorial Getúlio Vargas, RJ
• CLIII SALÃO DE ARTES PLÁSTICAS DO CLUBE MILITAR (1995) - Clube Militar, Rio de Janeiro, RJ
• INSTITUTO HISTÓRICO CULTURAL DA AERONÁUTICA (1995) - Rio de Janeiro, RJ
BIENAL “NAÏFS DO BRASIL” (1996) - SESC de Piracicaba, SP
• COLETIVA EM COMEMORAÇÃO AO DIA DO MÉDICO (1996) - Hospital Central do exército CMI, 1º RM, Rio de Janeiro, RJ
• XLIV SALÃO DE ARTES PLÁSTICAS DO CLUBE MILITAR (1996) - Clube Militar, Rio de Janeiro, RJ
• “INSITA” - TRIENAL DE ARTE NAÏF - Bratislava, República Eslovaca
• RIO-FRANÇA 98 “ARTE NA COPA” (1998) - Espaço Cultural dos Correios, Rio de Janeiro, RJ
• NO AEROPORTO INTERNACIONAL DO RIO DE JANEIRO (1998) - Rio de Janeiro, RJ
• “SALVE O RIO DE JANEIRO” (1999) - Museu Internacional de Arte Naïf do Brasil, MIAN, Rio de Janeiro, RJ
• EXPOSIÇÃO - XIII SALÃO DE INVENTOS (1999) - Instituto Brasileiro de Inventores, SESC de Ramos, Rio de Janeiro, RJ
• FESTIVAL “CRIA RIO” (1999) - Estação do METRO da Carioca, Rio de Janeiro, RJ

Exposições Individuais

• I EXPOSIÇÃO NA INTERNET DE UM PINTOR NAÏF BRASILEIRO (1996)
• MUSEU INTERNACIONAL DE ARTE NAÏF DO BRASIL (MIAN) (1997) - Rio de Janeiro, RJ
• NO ESPAÇO CULTURAL DOS CORREIOS (1997) - Rio de janeiro, RJ

Livros onde estão publicados os trabalhos do artista

• O MUNDO FASCINANTE DOS PINTORES NAÏFS - Sinopse do Arquivo do futuro Museu Internacional da Arte Naïf do Brasil (MIAN), escrito por Lucien Finkelstein
• BIENAL NAÏFS DO BRASIL (1996)
• INSITA - TRIENAL DE ARTE NAÏF (1997)
• BRASIL EM NÚMEROS - vol. 5 (1997) (IBGE)
• A ARTE NAÏF NO BRASIL (1998) - Texto de Geraldo Edson de Andrade

Revistas com entrevistas e obras do artista

• REVISTA “VINDE” - Ano II, Nº 20 - julho/1997
• REVISTA “FAMÍLIA EVANGÉLICA” - Nº 3 - Ano 1 - maio/1998
• “VEJA” - Ano 32 - Nº 1 - 6 de janeiro/1999 (VEJA RIO)

OBS.: Há também trabalhos do artista em coleções particulares na França, Alemanha, Itália e no Museu Internacional de Arte Naïf do Brasil.

Fonte: www.rubedo.psc.br/

Crisaldo Morais


Crisaldo d'Assunção Morais (Recife/PE 1932 - idem 1997). Pintor e ilustrador. Inicia-se na pintura como autodidata por volta de 1968, em São Paulo, onde é um dos organizadores do Movimento de Arte da Praça da República.

Em 1975, organiza a mostra Festa das Cores no Masp. Ilustra os livros Les Proverbs Vus Par Les Peintres Naifs, de Anatole Jakovsky, e Le Chanson Traditionnelle et Les Peintres Naifs, de Roger Blanchard. Em 1977, a convite do Departamento de Estado norte-americano, realiza palestras sobre arte primitiva brasileira em universidades americanas.

De volta a Recife, funda, em 1986, o Gabinete de Arte Brasileira, que promove eventos artísticos.

Fonte: http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/Enc_Artistas/artistas_imp.cfm?cd_verbete=1467&imp=N&cd_idioma=28555

Imagem: A fé remove montanhas, 1972

Aracy

Alba Correia


Foto: Inacio Correia

Alba do Nascimento Correia, alagoana, começou suas atividades artísticas em Manaus com Giselda Ribeiro. Em Maceió, freqüentou a escola Rosalvo Ribeiro com o professor Lourenço Peixoto, grande talento alagoano. Em Aracaju, nos anos 70, recebeu orientação do mestre Eurico Luiz.

Suas obras plenas de simplicidade e franqueza, além da ingenuidade e espontaneidade que lhe são peculiares, caracterizam-na como uma artista de estilo Naif. Com ele, abriu uma série de individuais começando em Aracaju na Galeria Álvaro Santos até participações em grandes salões como XXV Salão de Arte Moderna no Rio de Janeiro, I e II Salão de Arte Global de Pernambuco, além de importantes coletivas, entre elas, duas participações com artistas brasileiros no Peru.

Seus Jardins são muito admirados por poetas e pessoas sensíveis de um modo geral, graças à singeleza e capacidade de transportar as pessoas para um mundo de sonhos e paz.

Alba retrata em suas telas a natureza de um mundo de magia e encanto nos levando para essa realidade tão desejada.

Atualmente, residente em Maceió, Alba divide seu tempo entre a pintura e a lida com as flores naturais, sua eterna paixão, nas duas lojas de sua Floricultura AneRose. Também o cultivo de folhagens e flores tropicais em sua chácara à beira da lagoa Manguaba, são responsáveis pelo belo trabalho que concretiza nos jardins que oferece em suas telas.

Sua dedicação às flores naturais levaram-na a completar sua formação pela Escola de Arte Floral Ibero Americana de onde é diplomada.

Aécio


Aécio de Andrade
São Paulo/SP, Brasil, 14/05/1935


Pintor autodidata, natural de São Paulo, estado de São Paulo, Brasil, executa pintura a óleo e acrílico abordando temas populares brasileiros. Conta com obras em coleções particulares no Brasil e no exterior. Membro da Associação Internacional de Artes Plásticas - AIAP - UNESCO.


Começou a expor suas obras em 1968, tendo participado de diversas exposições no Brasil e no Exterior.


EXPOSIÇOES NO EXTERIOR 

Artistas Brasileiros na Itália Galeria Del Barcon - Gênova

Estados Unidos da América do Norte - Cidade de Sarasota - Flórida

Venezuela - Caracas

Galeria Felix Artexpo - New York Coliseum S.O.S Madison N.Y

Japão

Castelo Del Ovo - Nápoli Itália

Suissa Basileia


PRÊMIOS RECEBIDOS
IV. Encontro de Artes Plásticas de Atibaia (MENÇÃO HONROSA)

I. Salão de Paisagem Paulista (MEDALHA DE BRONZE)

XX. Salão de Associação Paulista de B.Artes (MENÇÃO HONROSA)

XXI. Salão de São Bernardo do Campo (MENÇÃO HONROSA)

V. Encontro de Artes Plásticas de Atibaia (MENÇÃO HONROSA)

I. Amostra de Artes da Primavera do Embu (MEDALHA DE PRATA)

Bienal dos naifs do Brasil - 1994 (MENÇÃO HONROSA)


Fonte: ArtCanal www.artcanal.com.br

Valdivino Miranda


Artista Plástico mato-grossense. Seu trabalho expressa visualmente elementos zoomorfizados surpreendentes e instigantes. As imagens expressam mudança e transformação: de um mesmo tronco com forma animal surgem vários braços e pernas alongadas e entrelaçadas com várias cabeças humanas. Valdivino já participou de vários salões de arte no país. Em Mato Grosso, foi premiado no XIX Salão Jovem Arte Mato-grossense em 2000. Em 2010 foi selecionado para expor na Bienal Naifs do Brasil de Piracicaba em SP.

ADÃO DOMICIANO

 




Adão Domiciano Pinto nasceu em Oswaldo Cruz (ES), em 1969, e reside em Cuiabá (MT).

Pertence à nova e boa safra de artistas mato-grossenses, destacando-se com muita freqüência nas exposições de que tem participado.

Utilizando a técnica da aquarela, de emprego muito raro entre os naïfs, Adão inventa e cria situações de muita beleza e grande suavidade, demonstrando que domina e conhece muito bem o ofício do fazer artístico.

Transita com grande facilidade entre os temas mais comuns, como a labuta dos trabalhadores do campo, e as cenas mais desoladoras, como a morte do gado no atoleiro. Tem participado constantemente das Bienais de Arte Naïf realizadas pelo SESC, desde 1994. Nesta Bienal, está presente com duas belas e expressivas obras, uma delas merecidamente premiada, relacionadas à cultura da cana-de-açúcar, atividade que, coincidentemente, tem um peso muito grande na vida econômica de Piracicaba.

Fonte: http://www.sescsp.org.br/sesc/hotsites/naif2000/frame_m_de_criacao.htm

Moacir

Moacir . Subversão Naïf
POR HÍGOR COUTINHO

Alheio ao mundo das artes, Moacir confirma de um jeito bastante especial a máxima junguiana de que “Pintar aquilo que vemos diante de nós é uma arte diferente de pintar o que vemos dentro de nós”. Mais que uma frase de efeito, a citação que abre o longa-metragem de Walter Carvalho, Moacir Arte Bruta (de 2006), é a senha para tentar entender o artista que vive em uma casa pequena na vila de São Jorge, distante cerca de 36 km de Alto Paraíso, epicentro turístico da Chapada dos Veadeiros, interior de Goiás.

Depois de uma negociação telefônica arrastada, que passou por três intermediários até a confirmação da visita (primeiro com Juliano Basso, agente informal do artista e produtor do Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros; segundo com a Tila, membro da ASJOR – Associação dos Moradores da Vila de São Jorge; e por último com Elisênia, irmã de Moacir), cheguei ao vilarejo no fim de um sábado e acertei o encontro para a manhã do dia seguinte. No domingo fui recebido na casa-ateliê por Moacir, sua mãe – já em idade avançada e visivelmente senil –, e Elisênia, que monitora de perto o interesse do grande número de admiradores, compradores, jornalistas e curiosos que procuram seu irmão.

Obcecado pela anatomia feminina, onipresente em uma profusão distorcida de vaginas enxertadas na parte mais significativa de seu trabalho, a primeira impressão que o artista deixa é a de que vive num universo particular com poucas intersecções com o mundo real. As paredes da sala da casa onde mora com a mãe são pintadas com cenas que misturam erotismo e religião, fotos de mulheres em posições ginecológicas e montagens em que retratos dele mesmo interagem com as genitálias de papel. Do lado de fora, a fachada exibe painéis nos quais santos convivem com funerais em série e pornografia hardcore.

"Se o aparente contexto psiquiátrico e a insistente temática religiosa de seus trabalhos forçam uma comparação de sua obra com a de Arthur Bispo do Rosário, o ponto central que os separa reside na firme negação do caráter artístico que o finado artista carioca impôs à sua produção, atribuindo-lhe uma conotação messiânica, de 'obra da salvação'. Moacir se orgulha do título de artista e, imerso numa liberdade desconcertante, trata a doutrina cristã como um exercício de conveniência"

Moacir cresceu na vila ao lado de oito irmãos, mas revelou um talento proporcional à excentricidade de seu comportamento. Já no nascimento, segundo lembranças dos pais, revelou pistas físicas de uma condição que se confirmaria singular: o bebê tinha pequenos “brincos” de pele pendurados no pescoço. Na falta de condições adequadas, a solução sertaneja foi arrancar os apêndices indesejados com um nó de cordas finas enrolados ao redor de cada um deles. E na primeira infância as pistas seguiram fortes, como confirma sua mãe, ao revelar que o filho recusou a amamentação.

Experimentou os primeiros rabiscos com um pedaço de carvão aos 7 anos de idade e desde então nunca mais parou, apesar de não ter estudado (“Só fui na escola um dia, aprendi só o ABC”) e de ter passado pelo garimpo, onde conta que sofreu muito. Durante a adolescência, Moacir evitava a companhia da maioria dos moradores da vila e, quando na presença de alguém, só desenhava debaixo de um cobertor, se esticando de lá de dentro para revelar o resultado. Em crises mais agudas reclamava da “catinga de gente” e procurava abrigo solitário no mato, onde se escondia por horas. Já no começo da vida adulta construiu um rancho de palha no terreno dos pais, e assim se poupou também da presença cotidiana dos numerosos familiares.

A despeito de tudo isso (e de um pouco mais), sua família garante que exames psiquiátricos minuciosos nada encontraram de defeituoso em sua cabeça e que, embora mantenha um comportamento estranho e em certa medida antissocial, Moacir leva uma vida comum, fazendo suas próprias compras, pagando contas e definindo ele mesmo o preço de suas obras, acompanhado da irmã somente porque, segundo ela, sua dicção fanha e embaralhada dificulta o entendimento das outras pessoas.

Moacir dialoga com o mundo em seu próprio idioma, e não se furta o direito à vaidade, nem esconde o prazer em exibir sua obra. E, mesmo respondendo com monossílabos pouco inteligíveis, abre uma pasta com os trabalhos mais recentes e se põe a mostrar desenhos coloridos com giz de cera, ao mesmo tempo em que a irmã se desculpa pela “pouca” quantidade de material, contando que no fim de semana anterior receberam a visita de um editor carioca e de uma marchand de Goiânia que, com a intenção de lançar um livro sobre as pinturas do irmão, compraram grande parte do acervo disponível. Enquanto investigo o farto conteúdo da pasta, Moacir já está plugando a câmera na TV, ansioso por mostrar também seus caóticos vídeos. Gravados ali mesmo, dentro de casa e ao redor dela, os vídeos registram não só os desenhos que enfeitam as paredes (que são constantemente apagados e recriados), mas um discurso frenético que oscila entre uma espécie particular de apocalipse religioso, autoafirmação e repúdio à implicância da pequena vizinhança. Ora em off, ora gesticulando diante da câmera fixa no tripé, Moacir repete seus adágios obsessivamente, sempre falando de si na terceira pessoa: “O mundo tá cheio de mulher!”, “Moacir é um grande artista, o homem mais importante de São Jorge!”

As sequências são tremidas e desordenadas e o discurso é circular, como num mantra bizarro que muitas vezes assusta o turista desavisado que passeia diante de sua casa. Surdo de um ouvido, Moacir mantém a TV em volume alto, e a falação pouco compreensível sempre provoca reações em quem não sabe do que se trata. Já no fim do dia, aguardando do lado de fora o fim de mais uma sessão de fotos, sou interpelado por um casal de curiosos que me pergunta o que é tudo aquilo. Tento explicar, mas mesmo diante do esclarecimento os dois saem murmurando algo sobre satanismo, impressionados pelos pictogramas demoníacos e pelas cenas de sexo oral com facas. Logo que me despeço do casal, Moacir coloca somente a cabeça para fora da porta e me chama, fazendo movimentos rápidos com a mão: “Você veio de avião?” Respondo que não, mas ele aponta uma aeronave que ainda faz barulho no horizonte e repete: “Você veio de avião?”

De volta ao interior da casa, diante da TV que agora mostra uma sequência na qual Moacir está particularmente agitado, Elisênia sorri e explica que na ocasião da gravação o irmão estava bêbado, e que a cerveja é um de seus hábitos diários. Quando questionado sobre a recorrência de mulheres nuas em seus desenhos, Moacir deixa escapar um sorriso tímido, abaixa o olhar e desconversa, ainda monossilábico, enquanto a família conta que ele nunca viu uma mulher pelada de perto, sugerindo que o artista de 58 anos obcecado por santos, demônios e vaginas é virgem. Ao ver o desenho inacabado de uma figura de semblante plácido, barba e cabelos longos, pergunto se é Jesus Cristo. Ele nega enfaticamente, dizendo se tratar de uma figura “que vem e vai, mas que se rezar desaparece”.

E, se o aparente contexto psiquiátrico e a insistente temática religiosa de seus trabalhos forçam uma comparação de sua obra com a de Arthur Bispo do Rosário (que produziu a maioria de suas cerca de mil peças dentro de um manicômio), o ponto central que os separa reside na firme negação do caráter artístico que o finado artista carioca impôs à sua produção, atribuindo-lhe uma conotação messiânica, de “obra da salvação”. Moacir se orgulha do título de artista e, imerso numa liberdade desconcertante, trata a doutrina cristã como um exercício de conveniência: num momento atribui um apocalipse iminente à “falta de oração do povo”, explicando que só se salvará do fim-do-mundo quem morar em casas redondas, e logo em seguida desdenha a prática religiosa, vinculando uma carga francamente negativa aos preceitos beatíficos.

"Só gosto quando tem bichaiada"

Intercalando curtos períodos de isolamento voluntário (em que recusa qualquer convívio, se abstendo da pintura ou pintando somente capetinhas), e a produção periódica (“um desenho todo dia”), agora Moacir coloca outro vídeo em que gravou a própria TV exibindo o menu principal de Moacir Arte Bruta, o filme do Walter Carvalho. Mas o pintor não quer falar sobre o cineasta. Segundo sua irmã, depois de finalizadas as gravações do filme, o diretor nunca mais apareceu, nem enviou uma cópia do documentário ao seu protagonista, o que deixou Moacir bastante decepcionado. Para assistir ao filme na época de seu lançamento, ele teve que viajar até Brasília, e a única cópia que mantém em casa ganhou no ano passado de um de seus muitos admiradores.

Assim que cada vídeo termina, Moacir troca rapidamente os mini-DVDs que selecionou para nos apresentar. Ele acaba de dar play em outro de seus discursos embriagados diante da câmera, dessa vez com a latinha de cerveja na mão. Reclama aos berros da vizinhança fofoqueira: “O inferno tá preparado pra quem fala da vida do Moacir!” Num encontro casual na noite anterior, Juliano Basso havia me narrado um dos inúmeros episódios da peleja do artista com os vizinhos, quando Moacir pintou capetinhas em vários postes da vila, sendo rapidamente repreendido pelos demais moradores, que apagaram os desenhos. Depois disso ele passou a acordar de madrugada para repintar os capetinhas apagados, numa guerra silenciosa com a pequena vizinhança.

Hoje, porém, o talento recusado pelo temor religioso dos moradores de São Jorge começa a correr o mundo das artes e, se a cópia de um desenho é vendida pelo próprio artista por vinte reais (os originais saem por R$ 250,00), em galerias seus quadros já atingiram a cotação de 5 mil reais, e os compradores internacionais garantem que parte significativa de sua produção seja exportada.

Ainda com a TV ligada, agora debruçado sobre a mesa, o artista desliza o giz de cera preto sobre uma folha branca, de onde rapidamente surge a imagem de um santo segurando um peixe enorme. Intimidado pela câmera, ele levanta a cabeça somente para rápidas espiadas na televisão, que novamente mostra sequências desfocadas da fachada de sua casa. Enquanto escolhe as cores para dar acabamento ao desenho, pergunto se gosta de ver TV, ao que ele resmunga um “Gosto não! Só quando tem bichaiada”. Só entendo o que ele quis dizer depois que Elisênia me socorre, explicando que o irmão reclama dos tipos humanos da televisão e gosta mesmo é dos documentários de vida animal ou simplesmente de imagens de bichos, apesar de deixar o aparelho quase sempre ligado, mesmo prestando pouca atenção a ele.

De repente ouço uma porta da casa batendo, por dentro. Aponto de onde vem o barulho e Moacir, a princípio, parece não entender, mas logo toma uma atitude: tira um molho de chaves do bolso e destranca a porta, libertando a mãe. Em seguida, abre um sorriso maroto: “Ela tava dormindo”.

Moacir não acredita em Deus, mas faz questão de embutir um apêndice preventivo em sua declaração de ateísmo: “Não acredito não, mas nunca fiz mal a ninguém”. Em outra passagem de sua conturbada relação com os vizinhos, a polícia local mandou o artista apagar os desenhos de mulheres peladas das paredes externas de sua casa. Moacir o fez, mas substituiu os nus por cenas violentas, em que policiais eram assassinados a facadas.

E é equilibrando seus impulsos artísticos entre o que vê diante de si e o que se impõe desde dentro de seu universo particular que Moacir intriga o mundo das artes, transformando com uma técnica tão primitiva quanto vigorosa um cotidiano interiorano prosaico em uma obra de impressionante força gráfica, cujas interpretações exteriores têm infinitamente menos importância que os significados íntimos que respondem, de fato, somente ao seu inevitável instinto de criar.

Fonte: http://173.201.36.52/noticia/moacir--subversao-na%C3%AFf-


Fonte: http://goianiarocknews.blogspot.com/2011/12/um-artista-do-interior.html

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Arte Naif

Arte naïf ou arte primitiva moderna é, em termos gerais, a arte que é produzida por artistas sem preparação académica na arte que executam (o que não implica que a qualidade das suas obras seja inferior). Caracteriza-se, em termos gerais, pela simplicidade e pela falta de alguns elementos ou qualidades presentes na arte produzida por artistas com formação nessa área[carece de fontes].

(Veja também art brut, género artístico que tem algumas semelhanças.)

O termo naïf presume a existência (por contraste) de uma forma académica de proceder nas artes - uma forma "educada" na criação artística, que os artistas desta corrente não seguirão. Na prática, contudo, também existem "escolas" de artistas naïf. Ao longo do tempo, o estilo foi sendo cada vez mais aceito e valorizado.

As principais características da arte naïf (por exemplo, na pintura) são a forma desajeitada como se relacionam determinadas qualidades formais; dificuldades no desenho e no uso da perspectiva que resultam numa beleza desequilibrada mas, por vezes, bastante sugestiva; uso frequente de padrões, uso de cores primárias, sem grandes nuances; simplicidade no lugar da subtileza, etc. Por se referir à uma tendência estética e não particularmente a uma corrente de pensamento é recorrente a errônea classificação "naif" de artistas na realidade conscientes de sua produção formal que optam por uma figuração sem compromisso fotográfico com a realidade (como exemplo o pintor Henri Rousseau, exímio colorista, considerado diversas vezes um "ingênuo").

Tornou-se um estilo tão popular e reconhecível que já existem obras que podemos classificar como pseudo-naive.

Fonte: //pt.wikipedia.org/wiki/Arte_naif

Monsueto


Monsueto Campos Menezes foi, essencialmente, um músico. Baterista de boate, atuou em diversos conjuntos na década de 1940, entre as quais a Orquestra de Copinha, no Copacabana Palace Hotel. Percussionista, cantor, ator comediante, foi também um excelente pintor Nassif no fim de sua curta vida (Pablo Neruda, certa vez, adquiriu um quadro dele). Foi, sobretudo, um compositor popular da pesada, dos melhores que o Brasil já teve.

Nascido no Rio de Janeiro em 4/11/1924, criado na Favela do Pinto, Monsueto perdeu os pais muito cedo, tendo sido criado por uma avó.

PINTURA - 1972

Nessa época, passou a se interessar por pintura e acabou tornando-se profissional, sendo premiado com uma medalha de bronze no Salão Nacional de Belas-Artes do Rio de Janeiro, em 1972. Seu quadro mais conhecido é uma Santa Ceia em que Jesus e seus apóstolos são negros.

Fonte: http://espacoculturalestacaomonsueto.blogspot.com/2011/05/biografia-monsueto.html


DISCOGRAFIA

(1964) O sucesso está na cara/Larga o meu pé • Monsueto • 78
(1963) Chica da Silva/Mané João • Odeon • 78
(1963) Sambamba/Retrato de Cabral • Orion • 78
(1962) Mora na Filosofia dos Sambas de Monsueto • Odeon • LP
(1961) Ajudai o próximo/Eu quero essa mulher assim mesmo • Odeon • 78
(1957) Prova real/Bola branca • Copacabana • 78
(1955) Nega Pompéia/Q. G. do samba • Mocambo • 78

MÚSICAS GRAVADAS

A fonte secou (c/ Tufi Lauar e Marcleo)
Ai meu calo (c/ José Batista)
Aperta o cinto
Boa noite
Cachimbo da paz (c/ Raul Moreno e Plínio Gesta)
Canta, menina, canta (c/ Arnaldo Passos)
Carrasco (c/ Raul Marques e F. Fernandes)
Comício no morro
Eu quero essa mulher assim mesmo (c/ José Batista)
Fogo na marmita
Giro pelo norte
Lamento de lavadeira (c/ Nilo Chagas João Vieira Filho)
Larga o meu pé (c/ Aloísio França)
Levou fermento (c/ José Batista)
Maldição (c/ R. Filho)
Mané João (c/ José Batista)
Me deixa em paz (c/ Aírton Amorim)
Me empresta teu lenço (c/ Elano de Paula e Nicolau Durso)
Mora na filosofia (c/ Arnaldo Passos)
Mulher de mau pensar
Na casa de Antônio Jó (c/ Venâncio)
Na casa de corongondó (c/ Arnaldo Passos)
O bafo do gato
O couro do falecido (c/ Jorge de Castro)
O gemido da saudade (c/ José Batista)
O lamento da lavadeira (c/ Nilo Chagas e João Violão)
O sucesso está na cara (c/ Linda Batista)
Q. G. do samba (c/ Rossini Pacheco e Sebastião Nunes)
Quando a noite vem (c/ Álvaro Gonçalves)
Retrato de Cabral (c/ Raul Marques)
Rosto bonito (c/ Caribé da Rocha)
Rua Dom Manoe (c/ Jorge de Castro)
Sambamba
Sem amor (c/ João do Vale)
Senhor Juiz (c/ Jorge de Castro)
Só eu não (c/ Silva Correia e Diplomata)
Tá pra acontecer (c/ José Batista e Ivan Campos)
Tô chegando agora (c/ José Batista)
Trote (c/ Dilermando Rodrigues)
Ziriguidum

Fonte: www.dicionariompb.com.br/monsueto/obra

Henri Rousseau


21-5-1844, Laval
4-9-1910, Paris


Este genial autodidata, conhecido como "Le Douanier", foi o único pintor de estilo naïf que conseguiu exercer influência sobre estilos posteriores, como o surrealismo e o simbolismo.

Sua obra foi objeto, a princípio, de escárnio generalizado, devido ao estilo infantil e ingênuo.

No entanto, Rousseau manteve presença constante no Salon des Indépendents, exposição fundada em 1884 e que não estava sujeita ao julgamento de um júri. Pintava de modo intuitivo, sem preocupações teóricas, movido apenas por um objetivo concreto: reproduzir na tela a realidade circundante com a maior fidelidade possível.

Renunciou, contudo, à perspectiva linear da arte clássica, que não dominava completamente, e conferiu à realidade uma aparência onírica.

Funcionário da alfândega em Paris, Rousseau aposentou-se aos 49 anos para poder consagrar sua velhice à pintura. Pintou nessa fase, que se prolongou até o final do século XIX, obras como Uma Tarde de Carnaval (1886), Eu Mesmo, Paisagem-Retrato (1890) e A Guerra, tema pouco comum na trajetória de "Le Douanier" e que despertou o interesse do público. Com suas pinturas inspiradas na selva, entre as quais O Lobo Faminto (1904), apresentada no Salão de Outono de Paris em 1905, alcançou o reconhecimento. Outras de suas obras principais são A Cigana Adormecida (1905), A Encantadora de Serpentes e O Sonho (1910).

Veja Henry Rousseau no Wikipedia

Zé Cordeiro

José Cordeiro (São Paulo -SP - 1942).

Artista visual, pintor e gravador.

Inicia seu contato com a pintura durante a infância.

Em 1966, expõe pela primeira vez no 15° Salão Paulista de Arte Moderna. No ano seguinte, freqüenta aulas preparatórias para a monitoria da Bienal Internacional de São Paulo e passa a ter contato com os professores Carlos Von Schimidt, Oswald de Andrade Filho e Walter Zanini.





A partir de 1968, ano em que participa da 1° Feira de Arte Contemporânea da Associação Internacional de Artistas Plásticos - AIAP, abandona sua antiga assinatura, apenas "Cordeiro", e adota o nome artístico Zé Cordeiro.

Estuda serigrafia e xilogravura com Paulo Mentem, em 1969, no atelier do Núcleo de Gravadores de São Paulo - Nugrasp.

Em 1974, funda a equipe de gravadores Rod'Art, tem suas obras selecionadas pela Bienal de São Paulo e muda-se com sua esposa Edna de Araraquara para Salvador, retornando a São Paulo no ano seguinte.

No início da década de 1980, participa pela primeira vez de uma coletiva internacional em Nápoles, Itália. Fixa residência em Campinas em 1983, ano em que também funda com Edna a Casa de Arte Brasileira - cuja segunda unidade seria em um espaço vip concedido pela Infraero no Aeroporto Internacional de Cumbica.

Na década seguinte, após breve estada em Roma e Paris, ambos decidem residir em Portugal, onde permanecem até hoje.

Fonte: www.itaucultural.org.br

Waldomiro Sant’Anna


Nascido em Itápolis, interior de São Paulo, Waldomiro de Freitas Sant’Anna passou toda a sua infância e adolescência em Santa Rita do Passa Quatro, SP, saindo de lá em 1971 para cursar a Faculdade de Belas Artes de São Paulo atendendo a sua vocação nata, com 19 anos fez a primeira exposição individual no XI Festival Zequinha de Abreu, em Santa Rita, dando início a uma carreira muito produtiva. Fez vários cursos teóricos e práticos, freqüentou atelier de pintores, lecionou artes. Deixou a Universidade Estadual de Londrina-PR para trabalhar na Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, demitindo-se no início da década de oitenta para não mais dividir seu tempo entre o atelier e outra atividade, passando a dedicar-se ainda mais a sua pintura. Participou de inúmeras exposições coletivas e individuais no Brasil, EEUU, China, Itália, Portugal e França. Possui obras em acervos particulares e galerias de vários paises.

Fonte: www.waldomirosantanna.com.br

Vanice Ayres Leite

Natural e residente em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, é formada em Desenho pela Escola de Belas Artes da UFMG. Vanice exerceu o magistério até o ano de 1977. Em 1983 passou a dedicar-se exclusivamente à arte.

Os seus trabalhos são realizados com tinta nanquim e coloridos com Nanquim colorido e desenhados com tramas, bem urdidas, ordenadas e sugerem rendas produzidas pelas mãos das caprichosas rendeiras do do nordeste do Brasil. As cenas do cotidiano surgem em seus desenho com grande plasticidade e retrata, também, com muita fidelidade o folclore brasileiro.

Em 1993, teve um trabalho selecionado pela Caixa Econômica Federal para ser reproduzido nos bilhetes da Loteria Federal nº 2863-0, emitidos em comemoração ao cinquentenário da morte do Padre Eustáquio.

Em 1989, recebeu o Prêmio pelo melhor Desenho no Salão do Bicentenário da inconfidência Mineira, promovido pelo Departamento de História da PUC Minas. Recentemente (2010), recebeu o I Prêmio FITDECA-MG/BA, na Coletiva A Arte em Campo - Mostra da Copa 2010, promovido pelo SIAPEMG, Centro Cultural Padre Eustáuio, FMC e PBH. Exposição individual no SOFITEL GUARUJÁ JEQUITIMAR em setembro de 2010.

Técnica Utilizada: Desenho a Nanquim sobre papel e colorido com Nanquim colorido o que diferencia o meu trabalho dos demais desenhistas.

Fonte: //siapemg.com.br

EXPOSIÇÕES

Individuais

- 1987 - Espaço Cultural da Minascaixa - Agência Afonso Pena

- 1991 - Espaço Cultural da Biblioteca da Pontifícia Universidade Católica de Belo Horizonte

Coletivas

Das inúmeras que participou, para que a lista não ficasse muita extensa, destacam-se as seguinte:

- 1988 - Salão do Bicentenário da Inconfidência Mineira - Departamento de História da Pontifícia Universidade Católica (PUC) - Belo Horizonte (MG)
- 1990 - 3ª Bienal de Arte Mística de Governador Valadares;
- 1992 - Galeria Atrium - Londres - Inglaterra;
- 1993 - "Em Busca do Paraiso Perdido" - Espaço Cultural do Banco Central do Brasil- Belo Horizonte (MG);
- "O Divino na Visão Ingênua" - Mostra itinerante promovida pelo SESC-Piracicaba (SP), que percorreu as seguintes cidades paulistas: Limeira, Itapetininga e Piracicaba;
- 1995 - 2º Salão de Artes Plástica de Ferros (MG);
- 1996 - Bienal Brasileira de Arte Naif - SESC - Piracicaba- São Paulo;
- 1998 - Bienal Brasileira de Arte Naif - SESC - Piracicaba (São Paulo);
- 1999 - "Mostra Itinerante "O Folclore Junino na Visão dos Artistas Naifs"- promovida pelo SESC-Piracicaba (São Paulo);
- 2000 - Grande Exposição de Arte Naif promovida pela Galeria Aliance Française de São Paulo, sob os auspícios do Consulado Geral da França, São Paulo Accueli e Galeria Jacques Ardies;
- 2001 - Galeria Jacques Ardies - São Paulo;


- 2002 - Bienal de Arte Naif de Piracicaba;
- 2002 - Exposiçã coletiva "Si Marié Est Trop belle" -Lourmarin - França;
- 2003 - "Festas Populares" - Espaço Cultura da Telemar - Belo Horizonte (MG);
- 2003 - "Arte Naif" - Galeria Jacques Ardies - São Paulo.

Fonte: www.jrquintaoartenaif.com/pintores/MG/vanicebio.htm

Adélio Sarro

As transparências da cor

Por Oscar D’Ambrosio

Muito trabalho e muito talento são os dois fatores fundamentais que levaram o artista plástico ao sucesso. Com mais de 150 exposições nacionais e internacionais no currículo e mais de 2.500 obras, este filho de agricultores foi carpinteiro, marceneiro, cortador de mármore e desenhista de cartazes de propaganda antes de conseguir ganhar a vida apenas como pintor e escultor.

As imagens de Sarro apresentam trabalhadores rurais, mulatas, famílias e grupos de crianças, a maioria de mãos fortes e pés descalços. Seu trabalho com as tintas caracteriza-se pelas transparências e tons suaves harmoniosos, enquanto suas esculturas fascinam pela grandiosidade.

Adélio Sarro nasceu em 7 de setembro de 1950, em Andradina, interior do Estado de São Paulo, onde o avô materno tinha uma pequena fazenda, num local chamado Córrego da Abelha. Seu berço foi um caixote de cebola adaptado com pés de madeira – o que mostra bem como a sua vida foi marcada pela pobreza e por dificuldades de todo tipo.

Filho de José e Natalina, ambos agricultores, respectivamente de origens italiana e portuguesa, sem nenhuma experiência com artes plásticas, o menino Adélio foi criado embaixo de pés de café. Seus melhores companheiros, já na infância, eram pedaços de papel de embrulhar pão, nos quais desenhava com qualquer tipo de lápis que encontrava.

Natalina recorda que, naqueles anos, era difícil comprar alimento para a família e que ela só tinha dois vestidos: um que ficava no corpo e outro no varal. Mesmo com dificuldades, o menino foi crescendo e, aos quatro anos, subiu num caixote de madeira para olhar com curiosidade a imagem de um Sagrado Coração de Jesus impresso num calendário. Logo em seguida, fez a reprodução. A mãe mostrou o desenho a um padre, que, impressionado, disse: “Esse menino será artista”.

O religioso não se enganou, mas a trajetória de Adélio não foi simples. Os primeiros anos de vida foram de muito trabalho na roça, acordando muito cedo para ajudar os pais. Nada indicava que um dia ele poderia concretizar as palavras do sacerdote e viver de sua atividade como artista plástico.




Em busca de maiores oportunidades de trabalho, a família de Sarro, em 1958, quando ele tinha oito anos, vendeu o sítio que tinha e se mudou para Britânia, no interior de Goiás. A viagem foi inesquecível. A jornada durou 13 dias sobre um velho caminhão, passando por uma região quase inexplorada.

Quando chegaram na região, não havia nada: apenas mata e descendente de índios. A única alternativa foi retornar para o Estado de São Paulo. A família se estabeleceu então em Auriflama, perto de São José do Rio Preto, numa fazenda chamada Barraca. Ali, Adélio continuou trabalhando na roça com os pais, em plantações de café e arroz. Morava numa casa feita de barro coberta de sapé e acompanhava o pai, quando ele ia pescar peixe para eles terem algum tipo de carne nas refeições.

Sem alternativas, a família foi para Dracena, para um sítio de Pedro Sarro, avô paterno do artista. O trabalho no campo continuava e o sonho de ser pintor alimentado pelo elogio do padre parecia cada vez mais distante. Mas a vontade de desenhar continuava viva e Adélio fez um retrato de Pedro, infelizmente perdido, que impressionou a todos.

O pai (1927-1993) começou a trabalhar como pedreiro, na construção civil, e Sarro, para ajudar, vendia papel e cacos de vidro que catava na rua e nos lixões. Conseguia assim restos de tinta e de panos para pintar suas primeiras obras, paisagens do interior. Em Dracena, havia uma vidraçaria que expunha, na vitrine, alguns quadros de artistas, com os quais, anos mais tarde, Sarro viria a expor na Praça da República, em São Paulo, SP.

As dificuldades financeiras continuavam. A família enfrentou momentos difíceis, com o falecimento de um irmão de Adélio, no nascimento, e um acidente do pai, que caiu do telhado de uma casa em que trabalhava. Para completar o orçamento doméstico, a mãe precisava lavar roupa para fora e o próprio Adélio começou a utilizar a sua habilidade no desenho para fazer cartazes para lojas na cidade.

Aos 14 anos, em 1964, Sarro decide se tornar religioso. Muda então para a cidade de Piracicaba, onde estuda no Seminário Seráphico São Fidélis, local onde já estudava um primo. O período foi de intensa reflexão e de solidão, e a vivência com os padres no seminário o levou a aprender muito sobre arte sacra.


Sarro desenhou inúmeros papeis com as figuras de Jesus e São Francisco, ficando claro que essa atividade criativa lhe era bem mais interessante que ler a Bíblia. Isso levou um dos dirigente do seminário a observar que o menino não tinha vocação religiosa, mas, talvez, artística. Ao constatar a ausência de vocação para a vida de sacerdote, Adélio voltou a Dracena.

Quando a irmã Aparecida, excelente bordadeira e tricoteira, mudou-se para São Caetano do Sul, em 1966, para se casar, Adélio, com 16 anos, pediu para ir junto. Ele sabia desenhar, mas não conseguiu um local para ficar. Ao sair de Dracena, disse ao padre local que um dia pintaria aquela igreja, dedicada a Nossa Senhora Aparecida. Cumpriu as suas palavras de uma maneira ainda mais significativa, pois, anos depois, trabalhou na principal casa da santa, a Basílica de Nossa Senhora em Aparecida do Norte.

Logo depois, a família toda se mudou para São Caetano, onde Adélio voltou a ajudar o pai como pedreiro. Ingênuos, não foram poucas as ocasiões em que trabalhavam muito e não recebiam o pagamento prometido. A vida era tão dura, que ele teve que parar de estudar, só conseguindo completar até a quarta série. Lembra até hoje que, curioso por conhecer o sabor de uma maçã e não ter dinheiro para comprar, comeu pedaços que encontrou numa lata de lixo. Curiosamente, anos mais tarde, Sarro faria diversas esculturas no município.

Para ganhar mais, Sarro trabalhou também como metalúrgico, mas achou o serviço monótono, ficando na atividade por apenas dois meses. A situação começou a mudar graças a um amigo de Dracena, Gilberto Macário, que desenhava muito bem. Ele e Adélio já haviam feito inclusive letreiros em cidades como Junqueirópolis e Panorama.

Gilberto foi morar em São Paulo, com a avô, e começou a trabalhar numa oficina de pintura de painéis de propaganda e Sarro foi aprender com ele técnicas de pintar letreiros, painéis de estradas e faixas. Além do trabalho regular, começou a fazer serviços extras para aumentar o salário.
Sarro morava com a família numa casa de dois cômodos perto de uma cerâmica, em São Bernardo do Campo. Com muito esforço, foi possível comprar um terreno em Diadema, onde a mãe do artista mora até hoje. Na época, ali havia poucas casas e o chão era de barro, tornando quase impossível o acesso quando chovia.

O cotidiano de Sarro era heróico. Caminhava de sua casa 2 km até o centro de São Caetano, de onde, pegava um ônibus até Santo André. Depois, novo percurso a pé até a oficina onde trabalhava. Economizava nos ônibus para pagar o aluguel e, nos sábados e domingos, ajudava o pai para construir a casa de dois cômodos para eles mudarem.

Após a mudança, embora a casa fosse própria, o transporte era ainda mais difícil. Caminhava até a avenida Taboão, tomava um ônibus até Rudge Ramos e outro até Santo André, tendo que andar mais um pouco até chegar a empresa. Depois do expediente e nos finais de semana, fazia placas para estandes de supermercados. Assim, ia dormir às 2h e acordava às 6h todo dia.



A vida mudou quando conheceu o programador visual Ari Saponara. Ele estimulou Sarro a produzir as letras para propagandas. Para isso, era preciso muita disciplina, pois qualquer distração levava ao erro. Nesse período, também aprendeu serigrafia, uma técnica então nova no Brasil. Não havia professores, e o jeito era ir experimentando, aprendendo com os acertos e os erros. Sempre em busca de condições melhores de trabalho, Sarro passou por várias empresas. Numa delas, conheceu um rapaz, da seção de luminosos, que era de Brodósqui. Convidado ao casamento do amigo, ele aceitou. Viajou em seu fusca velho, que utilizava para carregar placas e objetos de pintura .

Na cidade paulista, teve a oportunidade de visitar o Museu Casa de Portinari, pintor que sequer conhecia. Ficou maravilhado com o que viu. Quando chegou especificamente no ateliê, o local de trabalho do pintor, viu uma tela ali deixada em branco e sentiu a necessidade de tocá-la.

Sarro lembra que ficou todo arrepiado e que sentiu uma energia imensa lhe percorrer o corpo. Questionou-se: “O que faço com a propaganda? Meu mundo é este aqui”. Decidiu então que direcionaria todo os seus esforços para abraçar a carreira. Para isso, começou a fazer aquilo que sempre soube: trabalhar muito – e com grande dedicação.

O artista profissional, então em nascimento, ficou maravilhado não só com os quadros de Portinari, mas com a vitalidade dos afrescos e as imagens da capela de Brodósqui realizados pelo artista carioca. Daquele diante, não conseguiu esquecer as cores utilizadas pelo pintor e os temas sociais por ele retratados. Mais tarde, fez numerosas esculturas para a cidade.
No momento em que decidiu ser artista, Sarro começou a exercitar muito a sua vocação. Não foram poucas as ocasiões em que, insatisfeito, pintava diversas vezes a mesma tela, com uma imagem sobre a outra, até chegar a um resultado que o agradasse. Mostrava assim a sua busca incessante por uma solução estética cada vez mais melhor.



O artista começou então a aprimorar o próprio trabalho. Admite que não tinha ainda grande técnica ou conhecimento de arte, mas realizava com toda dedicação suas primeiras paisagens e figuras. No ato de pintar várias vezes uma tela, descobriu o processo do uso de transparências, principalmente com as cores azul e vermelha.

O passo seguinte, em 1972, foi expor na feira de arte da Praça da República, em São Paulo. Fez um teste e conseguiu a licença concedida pela prefeitura. Nessa época, pintava paisagens, num trabalho que hoje acha pouco importante, mas que mostra o amadurecimento a que sua obra chegou com o passar dos anos.

Ainda em 1972, fez a sua primeira exposição individual no Centro de Convenções de São Bernardo do Campo, cidade que adotou como sua. A partir daí, nenhuma oportunidade de mostrar o trabalho era deixada de lado. O importante era tornar a sua pintura conhecida para atrair clientes.
Na Praça da República, ficava ao lado de alguns daqueles pintores que expunham em Dracena e que admirava. A Praça era ideal para aqueles que, como ele não tinham aceso às galerias de arte paulistas. Além disso, o local permitia contato direto com muitos estrangeiros, principalmente alemães, franceses, italianos e suíços, que estavam de visita a São Paulo e queriam levar alguma pintura brasileira para seus países de origem.

No começo, com medo de usar a cor, Sarro pintava em tom sépia, depois ficou maravilhado com as potencialidades do azul e começou a misturá-lo com o sépia, atingindo resultados de grande beleza e muito pessoais. Houve assim uma grande evolução do artista autodidata em termos de aperfeiçoamento do traço, do uso da cor e do conhecimento de formas. Portinari é uma de suas inspirações obrigatórias, assim como Picasso, Chagall, Gauguin, Van Gogh e os muralistas mexicanos Rivera, Orozco e Siqueiros.
Tudo na Praça era muito difícil. Como não tinha dinheiro para comprar materiais de qualidade, Sarro fazia o chassis das telas com tábuas de caixote velhos. Também fabricava, como faz até hoje, as telas e molduras. Trabalhava durante o dia com montagem e decoração de lojas e com propaganda, pintando à noite, todos os dias, inclusive sábado e domingo ao retornar da Praça.

O esforço foi recompensado. Houve uma indicação de seu nome para o proprietário da hoje extinta Galeria Domus, que gostou dos trabalhos, mas o achou com uma temática forte, difícil de comercializar. Sarro não se intimidou. Disse que deixaria os quadros para esperar o que acontecesse. E as vendas logo começaram.
O artista ficou na Praça da República de 1972 a 1984. Nesse ano, o galerista ligou para Sarro, dizendo que ouvira dizer que o artista expunha aos domingos na Praça da República – e isso desvalorizava , para muitos o seu trabalho, pois o viam como um pintor de final de semana, não como um profissional das tintas. Sarro respondeu que, de fato, havia exposto lá. E nunca mais apareceu na Praça, a não ser um par de vezes para visitar alguns amigos que lá deixou.

Certa vez, um crítico disse que Sarro plagiava o trabalho de um artista chamado Sinval. Isso era impossível, porque o pintor de Andradina não conhecia essa pessoa e muito menos os seus quadros. Mais tarde, se conheceram e se tornaram amigos, tendo participado juntos de alguns salões de arte.

Em 1981, seis instituições japonesas organizaram exposições de obras de Sarro. No ano seguinte, expôs no Museu de Arte de São Paulo e no Museu de Arte de Florianópolis, Em 1983, foram os italianos que se encantaram com o seu trabalho. Paralelamente, realizou mostras em mais de 20 cidades brasileiras. Gradualmente, levou o seu talento para Milão, Bolonha, Roma (no Palácio Dora Pamphili, que abriga a embaixada brasileira), Paris, Buenos Aires, Miami e Lisboa, entre outros locais. Em 1988, trabalhos foram adquiridos pela Fundación Rali – Museu Latino Americano, de Punta del Este, Uruguai.



Em 1984, surgiu o Grupo 11 Caminhos, integrado por Blanco Y Couto, Cazarré, Christina Motta, Elvio Santiago, Henry Vitor, Jorge Branco, Otoni Gali Rosa, Sarro, Sinal, Tomzé e Vilela. Quem tinha um cliente o levava aos outros, abrindo portas por galerias e colecionadores de todo o Brasil. O grupo durou quatro anos, mas se desfez devido a divergências entre os integrantes. Enquanto durou, ajudou a divulgar os artistas e gerou até a publicação de um livro, em 1987, com coordenação da crítica Josette Mazzella di Bosco Balsa.

Cada integrante seguiu o seu caminho. Sarro prosseguiu pintando, pesquisando e vendendo. Em 1992, lançou o livro Retrospectiva 20 anos, na galeria de Jorge Mabe, irmão do pintor Manabu Mabe. Na ocasião, conheceu o colecionador e marchand suíço radicado no Brasil Marcel Markus, que o levou para uma exposição naquele país. Eles estabeleceram então uma parceria de exposições e viagens pela Europa, Austrália e Singapura, que se mantém até hoje e que levou Sarro a viajar com seus quadros por quase todo o mundo, inclusive a Rússia, em 2005. A estratégia é investir o dinheiro ganho com a venda de quadros em materiais de pintura e viagens. Assim, novos mercados e oportunidades são abertos constantemente.

A primeira exposição dessa fase é, em 1993, em Zurique, Suíça. Seguem-se mostras em Genebra, Nova York e Las Vegas. Em 1997, a pequena cidade de Kevelaer, Alemanha, foco de peregrinações católicas por causa de sua catedral, impressiona Sarro e o leva a se aprofundar na arte sacra.

Ainda na Alemanha, o farmacêutico Gerd Wolf indicou a cidade de Klingenmünster como um local em que Sarro poderia desenvolver ainda mais o seu trabalho. Deu certo, pois o talento aproveitou ao máximo a iniciativa de Marianne Mathis de tornar o nome Sarro marca de vinho, com rótulos com obras do artista. Na cidade, o produto é comercializado junto à exposição das pinturas do artista brasileiro. Em 2001, elabora um vitral para o mosteiro local, fundado no do século XI.

Em 1999, as pinturas de Sarro são exibidas no Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça. Uma escultura de pequeno porte, em bronze e 12 grandes quadros tratando sobre crianças carentes chamam muito a atenção. Único representante das artes plásticas brasileiras no evento, o artista alerta sobre a importância dos jovens não caírem na marginalidade, numa mensagem que toca o coração de todos os presentes ao evento.

No mesmo ano, Sarro esteve pela primeira vez na Austrália, país que pouco conhece da arte brasileira. Divulgou a sua obra em Melbourne. Dois anos depois, realizou exposições naquela cidade, em Sydney e Perth. Também esteve no Museu de Arte de Singapura, para dar uma palestra sobre arte latino-americana.
Em 2000, o artista brasileiro foi para Bergen, cidade da Noruega com grande tradição cultural. Ali reencontrou, por acaso, a crítica Josette Balsa, a mesma que escrevera os livros sobre o Grupo 11 Caminhos, que Sarro integrara, e sobre os 20 anos de sua carreira (1972-1992). Ela mora agora em Hong Kong e estava na Noruega, estabelecendo parcerias entre o museu da cidade onde mora e o município europeu. Na oportunidade, Sarro recebeu novas orientações sobre possibilidades de exposições e contatos com museus.

Além do trabalho como pintor, a partir dos anos 1990, Adélio Sarro começou a desenvolver uma nova faceta: a de escultor de murais e de obras de grandes proporções. As primeiras experiências com cimento e concreto foram em 1988. Ele sempre concebeu a pintura como uma escultura pela grandeza épica e pela textura e começou a explorar esse conceito.

Devido a sua experiência como servente de pedreiro, Sarro já tinha grande conhecimento de como trabalhar com materiais como concreto e ferragens. Esculpido em concreto e resina, em 1990, sobre os três arcos de sua casa em São Bernardo, o painel Resposta da vida mostra desde a sua infância como trabalhador rural à ignorância do ser humano, sempre envolvido em guerras. Mistura assim elementos da própria vida com a história da humanidade.

Encomendas começaram a surgir em numerosas cidades, como São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Santo André, Brodósqui, Jardinópolis, Marília, Ribeirão Pires, Vera Cruz e Araras, entre outras. São cerca de 15 monumentos, alguns com diversas figuras, totalizando aproximadamente 130 trabalhos escultóricos.

As obras mais grandiosas foram em Aparecida do Norte. Tudo começou com a feitura de um painel para o Teatro de Osasco. Daí surgiu a indicação para realizar um trabalho com o mesmo material – concreto – na cidade que é o principal centro religioso do país. O convite foi para fazer a Via Sacra. Sarro fez uma maquete, que foi aprovada.

Assim, em 1999, construiu 14 painéis (número das estações do caminho de Jesus até o Calvário). A inauguração foi em 2000, com a presença de 500 mil fiéis. Realizou ainda um portal com mãos enormes em posição de prece, um grande painel na nova capela da Via Sacra e outro dentro da Basílica de Aparecida do Norte.

Outros trabalhos de Sarro em Aparecida são os portais de entrada com cabeças de bispos com 2 m de diâmetro e painéis inaugurados em 29 de março de 2005, de relevo policromado na Capela de São José, também na Basílica. São todas obras monumentais, que impressionam pelo tamanho e qualidade.
As obras realizadas em Aparecida do Norte geraram contatos com uma organização que sustenta projetos contra a miséria na América Latina, a Advniat, sediada na Alemanha. O trabalho de Sarro gerou grande impacto e foi feita uma exposição em Essen, sede da entidade. Como resultado, o tríptico Liberdades da vida é adquirido para a recepção do Banco da Diocese local.

Sarro tem uma grande produção de pinturas a óleo e esculturas. A base dessa riqueza, porém, está, em grande parte, nos seus desenhos. Ele tem um acervo de mais de 900 deles, muitos ligados às suas origens, ao mundo rural, que conheceu tão bem quando trabalhou na roça, em contato direto com a natureza.
A obra do artista, em suas mais diversas facetas, principalmente pelo uso todo especial do azul, vermelho e rosa, costuma encantar as crianças. Atividades com elas são desenvolvidas, por exemplo, na Alemanha, e principalmente em sua cidade natal, Andradina, na qual a criação de desenhos, poesias, paródias, pensamentos e acrósticos são estimuladas em atividades coordenadas pela professora Sandra Maria Pardo Soares, que estimula os alunos a despertarem para o mundo das artes e das cores a partir do principal criador plástico da cidade, a quem o município dedicou inclusive um Memorial.

O uso da cor e das formas avantajadas, a ligação do ser humano com a terra e os animais, como pássaros, papagaio, gato, carneiro ou boi, além da presença constante de instrumentos musicais, como uma flauta, um violão ou um bandolim, tornam a obra de Adélio Sarro diferenciada.

A vida e a obra de Sarro se confundem justamente na capacidade do artista de tratar esses e outros temas de uma forma muito pessoal. O esforço de toda uma vida e a produção incessante desenvolveram um talento já presente na infância para a produção de obras maravilhosas.

O apurado trabalho com as transparências da cor é utilizado na construção de imagens tocantes sobre o trabalho rural e a momentos de intensa integração do ser humano ao universo, seja por meio do amor aos animais, à natureza ou à música. Desse modo, o pintor de Andradina estabelece a sua harmonia universal e mostra a possibilidade de um mundo melhor em que a arte seja valorizada como uma das mais genuínas expressões da mente humana.

Fonte: www.artcanal.com.br/oscardambrosio



Alquimia interior

Fonte da Imagem: //expression-art.net/adelio-sarro-2

Fonte da foto do artista: //clock51.com/2012/04/03/adelio-sarro-sobrinho/

Sergio Simonetti



Nasceu em 20/06/1949 na cidade de São Paulo.

Desde criança, mostrava interesse por desenho e pintura. Autodidata, na década de 70, iniciou trabalhos como free-lance pintando murais e vitrines para lojas em São Paulo. Em 1977 foi contratado por uma empresa para trabalhar no departamento de arte, criando estampas, tags, etiquetas, posters e painéis.

Em 1980 ganhou 2º lugar em concurso da Prefeitura de SP, em vitrine alusiva ao aniversário da cidade. No ano seguinte optou pela área comercial e teve na pintura uma ocupação paralela até agora, quando pretende se dedicar à ela como atividade principal.

Fonte: www.ardies.com

Fonte do quadro "São Francisco": sergiosimonetti.blogspot.com/

Rodolpho Tamanini Netto

Nasceu em São Paulo, capital, em 1951. Logo cedo, descobriu sua vocação artística; autodidata, aos 17 anos começou a pintar.

Pintor urbano, Tamanini desenvolveu ao longo dos anos uma técnica apurada, compondo seus trabalhos com traço firme e colorido suave.

Seus temas são basicamente a cidade de São Paulo, que ele retrata de forma bela e atraente, levando o expectador a se questionar se é a mesma cidade imensa e complexa que conhecemos; as favelas e as paisagens marinhas aonde a imensidão da natureza e a amplidão dos espaços se contrapõem à solitária e diminuta figura humana.

Tamanini é antes de tudo um observador contumaz. Ele consegue captar e transmitir atmosferas dedicando grandes espaços às céus gigantes que permitem ampliar mais ainda a serenidade das suas paisagens. Uma pintura contemporânea, moderna, atual executada com a maestria de um talentoso artista que já completou 40 anos de carreira artística.

Fonte Blog do artista: rtamanini.weebly.com

Anhangabaú, ca. 1992 óleo sobre tela, c.i.e.

Estação da Luz , ca. 1992 óleo sobre tela, c.i.e. 80 x 120 cm

Ruela da Favela , 1988 óleo sobre tela 60 x 80 cm

Martha Tominaga


Nasceu em 1933 - Lomas de Zamora / Província de Buenos Aires

Desde a sua infância que se sente absorvida pelo mundo das artes, tendo começado muito cedo a desenhar e a fazer flores coloridas. Posteriormente realizou cursos de técnica de trabalhar e moldar em papel e estudou diversas actividades artísticas como, cerâmica, papel maché, resina, modelagem em cera e artesanato japonês.

O tema favorito das suas obras é as Arcas. A artista afirma conseguir desenvolver nelas tudo o que imagina. São trabalhos realizados com muito detalhe, talento e paciência.

Desde 1994 tem participado em inúmeras exposições no seu País, bem como no México, Itália e Israel.
Recebeu diversos prémios e menções honrosas sendo de sublinhar em 1999 o 1º Prémio e a 2ª Menção na Competição de Pintores Naïfs, na Encuentrarte Gallery, Buenos Aires; em 2004 o 1º Prémio do Esteban Echeverria Salon, San Fernando, Argentina e em 2005 o 1º Premio no Concurso “Sansón y Dalila” na Gina Gallery, Tel Aviv, Israel.

Martha Tominaga é membro do Museu Austral de Primitivos de Esquel em Chubut, Argentina e foi seleccionada pela LALCEC, Fundación Huésped y Hospital de Clínicas para realizar os seus cartões de Natal e Fim de Ano.

Fonte: //allartsgallery.com


Exposições individuais

• 1996 – Libertad de Queretaro Gallery, Mexico

Exposições coletivas

• 2001 – 7th International Show of Naïve Painters, Castelvetro, Italy
• 2003 – 9th International Show of Naïve Painters, Castelvetro Italy
• 2003 – “The Naïve World”, GINA Gallery of International Naïve Art, Tel Aviv
• 2006 – “Tango Tales, Gaucho Trails: The Naives of Argentina”, GINA Gallery of International Naïve Art, Tel Aviv
• 2007 – "Simple Pleasures, Bygone Days: The Naives of Brazil and Argentina", GINA Gallery of International Naïve Art, Tel Aviv
• 2009 – "Colorful Women", Israel Opera House, Tel Aviv

Prêmios

• 1999 – 1st Prize and 2nd Mention in the Naïve Paintings Competition, Encuentrarte Gallery, Buenos Aires
• 1999 – 2nd Mention Annual Encuentr’Arte Paintings Exhibition,
• 1999 – 4th Mention Arton Paper” Mini Format Exhibition Encuentarte Gallery, Buenos Aires
• 2000 – 3rd Mention, Fourth International Naïve Biennal, The Museum of the Romulo Raggio Foundation, Buenos Aires
• 2002 – Grand Prize, 5th International Naïve Biennial, The Museum of the Romulo Raggio Foundation, Buenos Aires
• 2003 – Jury’s Choice, “Naïve Art and the Old Testament”, Hoy en el Arte Gallery, Buenos Aires
• 2004 – 1st Prize, Esteban Echeverria Salon, San Fernando, Argentina
• 2005 – Grand Prize of Honor, Nuevo Abasto XXI Salon of Naïve Art, Buenos Aires
• 2009 – "Artistas por Amor II", Estudio 9 Arte, Buenos Aires, Argentina

Fonte: www.ginagallery.com



1994
30cm x 25cm
Acrylic on wood