Por Oscar D’Ambrosio
Muito trabalho e muito talento são os dois fatores fundamentais que levaram o artista plástico ao sucesso. Com mais de 150 exposições nacionais e internacionais no currículo e mais de 2.500 obras, este filho de agricultores foi carpinteiro, marceneiro, cortador de mármore e desenhista de cartazes de propaganda antes de conseguir ganhar a vida apenas como pintor e escultor.
As imagens de Sarro apresentam trabalhadores rurais, mulatas, famílias e grupos de crianças, a maioria de mãos fortes e pés descalços. Seu trabalho com as tintas caracteriza-se pelas transparências e tons suaves harmoniosos, enquanto suas esculturas fascinam pela grandiosidade.
Adélio Sarro nasceu em 7 de setembro de 1950, em Andradina, interior do Estado de São Paulo, onde o avô materno tinha uma pequena fazenda, num local chamado Córrego da Abelha. Seu berço foi um caixote de cebola adaptado com pés de madeira – o que mostra bem como a sua vida foi marcada pela pobreza e por dificuldades de todo tipo.
Filho de José e Natalina, ambos agricultores, respectivamente de origens italiana e portuguesa, sem nenhuma experiência com artes plásticas, o menino Adélio foi criado embaixo de pés de café. Seus melhores companheiros, já na infância, eram pedaços de papel de embrulhar pão, nos quais desenhava com qualquer tipo de lápis que encontrava.
Natalina recorda que, naqueles anos, era difícil comprar alimento para a família e que ela só tinha dois vestidos: um que ficava no corpo e outro no varal. Mesmo com dificuldades, o menino foi crescendo e, aos quatro anos, subiu num caixote de madeira para olhar com curiosidade a imagem de um Sagrado Coração de Jesus impresso num calendário. Logo em seguida, fez a reprodução. A mãe mostrou o desenho a um padre, que, impressionado, disse: “Esse menino será artista”.
O religioso não se enganou, mas a trajetória de Adélio não foi simples. Os primeiros anos de vida foram de muito trabalho na roça, acordando muito cedo para ajudar os pais. Nada indicava que um dia ele poderia concretizar as palavras do sacerdote e viver de sua atividade como artista plástico.
Em busca de maiores oportunidades de trabalho, a família de Sarro, em 1958, quando ele tinha oito anos, vendeu o sítio que tinha e se mudou para Britânia, no interior de Goiás. A viagem foi inesquecível. A jornada durou 13 dias sobre um velho caminhão, passando por uma região quase inexplorada.
Quando chegaram na região, não havia nada: apenas mata e descendente de índios. A única alternativa foi retornar para o Estado de São Paulo. A família se estabeleceu então em Auriflama, perto de São José do Rio Preto, numa fazenda chamada Barraca. Ali, Adélio continuou trabalhando na roça com os pais, em plantações de café e arroz. Morava numa casa feita de barro coberta de sapé e acompanhava o pai, quando ele ia pescar peixe para eles terem algum tipo de carne nas refeições.
Sem alternativas, a família foi para Dracena, para um sítio de Pedro Sarro, avô paterno do artista. O trabalho no campo continuava e o sonho de ser pintor alimentado pelo elogio do padre parecia cada vez mais distante. Mas a vontade de desenhar continuava viva e Adélio fez um retrato de Pedro, infelizmente perdido, que impressionou a todos.
O pai (1927-1993) começou a trabalhar como pedreiro, na construção civil, e Sarro, para ajudar, vendia papel e cacos de vidro que catava na rua e nos lixões. Conseguia assim restos de tinta e de panos para pintar suas primeiras obras, paisagens do interior. Em Dracena, havia uma vidraçaria que expunha, na vitrine, alguns quadros de artistas, com os quais, anos mais tarde, Sarro viria a expor na Praça da República, em São Paulo, SP.
As dificuldades financeiras continuavam. A família enfrentou momentos difíceis, com o falecimento de um irmão de Adélio, no nascimento, e um acidente do pai, que caiu do telhado de uma casa em que trabalhava. Para completar o orçamento doméstico, a mãe precisava lavar roupa para fora e o próprio Adélio começou a utilizar a sua habilidade no desenho para fazer cartazes para lojas na cidade.
Aos 14 anos, em 1964, Sarro decide se tornar religioso. Muda então para a cidade de Piracicaba, onde estuda no Seminário Seráphico São Fidélis, local onde já estudava um primo. O período foi de intensa reflexão e de solidão, e a vivência com os padres no seminário o levou a aprender muito sobre arte sacra.
Sarro desenhou inúmeros papeis com as figuras de Jesus e São Francisco, ficando claro que essa atividade criativa lhe era bem mais interessante que ler a Bíblia. Isso levou um dos dirigente do seminário a observar que o menino não tinha vocação religiosa, mas, talvez, artística. Ao constatar a ausência de vocação para a vida de sacerdote, Adélio voltou a Dracena.
Quando a irmã Aparecida, excelente bordadeira e tricoteira, mudou-se para São Caetano do Sul, em 1966, para se casar, Adélio, com 16 anos, pediu para ir junto. Ele sabia desenhar, mas não conseguiu um local para ficar. Ao sair de Dracena, disse ao padre local que um dia pintaria aquela igreja, dedicada a Nossa Senhora Aparecida. Cumpriu as suas palavras de uma maneira ainda mais significativa, pois, anos depois, trabalhou na principal casa da santa, a Basílica de Nossa Senhora em Aparecida do Norte.
Logo depois, a família toda se mudou para São Caetano, onde Adélio voltou a ajudar o pai como pedreiro. Ingênuos, não foram poucas as ocasiões em que trabalhavam muito e não recebiam o pagamento prometido. A vida era tão dura, que ele teve que parar de estudar, só conseguindo completar até a quarta série. Lembra até hoje que, curioso por conhecer o sabor de uma maçã e não ter dinheiro para comprar, comeu pedaços que encontrou numa lata de lixo. Curiosamente, anos mais tarde, Sarro faria diversas esculturas no município.
Para ganhar mais, Sarro trabalhou também como metalúrgico, mas achou o serviço monótono, ficando na atividade por apenas dois meses. A situação começou a mudar graças a um amigo de Dracena, Gilberto Macário, que desenhava muito bem. Ele e Adélio já haviam feito inclusive letreiros em cidades como Junqueirópolis e Panorama.
Gilberto foi morar em São Paulo, com a avô, e começou a trabalhar numa oficina de pintura de painéis de propaganda e Sarro foi aprender com ele técnicas de pintar letreiros, painéis de estradas e faixas. Além do trabalho regular, começou a fazer serviços extras para aumentar o salário.
Sarro morava com a família numa casa de dois cômodos perto de uma cerâmica, em São Bernardo do Campo. Com muito esforço, foi possível comprar um terreno em Diadema, onde a mãe do artista mora até hoje. Na época, ali havia poucas casas e o chão era de barro, tornando quase impossível o acesso quando chovia.
O cotidiano de Sarro era heróico. Caminhava de sua casa 2 km até o centro de São Caetano, de onde, pegava um ônibus até Santo André. Depois, novo percurso a pé até a oficina onde trabalhava. Economizava nos ônibus para pagar o aluguel e, nos sábados e domingos, ajudava o pai para construir a casa de dois cômodos para eles mudarem.
Após a mudança, embora a casa fosse própria, o transporte era ainda mais difícil. Caminhava até a avenida Taboão, tomava um ônibus até Rudge Ramos e outro até Santo André, tendo que andar mais um pouco até chegar a empresa. Depois do expediente e nos finais de semana, fazia placas para estandes de supermercados. Assim, ia dormir às 2h e acordava às 6h todo dia.
A vida mudou quando conheceu o programador visual Ari Saponara. Ele estimulou Sarro a produzir as letras para propagandas. Para isso, era preciso muita disciplina, pois qualquer distração levava ao erro. Nesse período, também aprendeu serigrafia, uma técnica então nova no Brasil. Não havia professores, e o jeito era ir experimentando, aprendendo com os acertos e os erros. Sempre em busca de condições melhores de trabalho, Sarro passou por várias empresas. Numa delas, conheceu um rapaz, da seção de luminosos, que era de Brodósqui. Convidado ao casamento do amigo, ele aceitou. Viajou em seu fusca velho, que utilizava para carregar placas e objetos de pintura .
Na cidade paulista, teve a oportunidade de visitar o Museu Casa de Portinari, pintor que sequer conhecia. Ficou maravilhado com o que viu. Quando chegou especificamente no ateliê, o local de trabalho do pintor, viu uma tela ali deixada em branco e sentiu a necessidade de tocá-la.
Sarro lembra que ficou todo arrepiado e que sentiu uma energia imensa lhe percorrer o corpo. Questionou-se: “O que faço com a propaganda? Meu mundo é este aqui”. Decidiu então que direcionaria todo os seus esforços para abraçar a carreira. Para isso, começou a fazer aquilo que sempre soube: trabalhar muito – e com grande dedicação.
O artista profissional, então em nascimento, ficou maravilhado não só com os quadros de Portinari, mas com a vitalidade dos afrescos e as imagens da capela de Brodósqui realizados pelo artista carioca. Daquele diante, não conseguiu esquecer as cores utilizadas pelo pintor e os temas sociais por ele retratados. Mais tarde, fez numerosas esculturas para a cidade.
No momento em que decidiu ser artista, Sarro começou a exercitar muito a sua vocação. Não foram poucas as ocasiões em que, insatisfeito, pintava diversas vezes a mesma tela, com uma imagem sobre a outra, até chegar a um resultado que o agradasse. Mostrava assim a sua busca incessante por uma solução estética cada vez mais melhor.
O artista começou então a aprimorar o próprio trabalho. Admite que não tinha ainda grande técnica ou conhecimento de arte, mas realizava com toda dedicação suas primeiras paisagens e figuras. No ato de pintar várias vezes uma tela, descobriu o processo do uso de transparências, principalmente com as cores azul e vermelha.
O passo seguinte, em 1972, foi expor na feira de arte da Praça da República, em São Paulo. Fez um teste e conseguiu a licença concedida pela prefeitura. Nessa época, pintava paisagens, num trabalho que hoje acha pouco importante, mas que mostra o amadurecimento a que sua obra chegou com o passar dos anos.
Ainda em 1972, fez a sua primeira exposição individual no Centro de Convenções de São Bernardo do Campo, cidade que adotou como sua. A partir daí, nenhuma oportunidade de mostrar o trabalho era deixada de lado. O importante era tornar a sua pintura conhecida para atrair clientes.
Na Praça da República, ficava ao lado de alguns daqueles pintores que expunham em Dracena e que admirava. A Praça era ideal para aqueles que, como ele não tinham aceso às galerias de arte paulistas. Além disso, o local permitia contato direto com muitos estrangeiros, principalmente alemães, franceses, italianos e suíços, que estavam de visita a São Paulo e queriam levar alguma pintura brasileira para seus países de origem.
No começo, com medo de usar a cor, Sarro pintava em tom sépia, depois ficou maravilhado com as potencialidades do azul e começou a misturá-lo com o sépia, atingindo resultados de grande beleza e muito pessoais. Houve assim uma grande evolução do artista autodidata em termos de aperfeiçoamento do traço, do uso da cor e do conhecimento de formas. Portinari é uma de suas inspirações obrigatórias, assim como Picasso, Chagall, Gauguin, Van Gogh e os muralistas mexicanos Rivera, Orozco e Siqueiros.
Tudo na Praça era muito difícil. Como não tinha dinheiro para comprar materiais de qualidade, Sarro fazia o chassis das telas com tábuas de caixote velhos. Também fabricava, como faz até hoje, as telas e molduras. Trabalhava durante o dia com montagem e decoração de lojas e com propaganda, pintando à noite, todos os dias, inclusive sábado e domingo ao retornar da Praça.
O esforço foi recompensado. Houve uma indicação de seu nome para o proprietário da hoje extinta Galeria Domus, que gostou dos trabalhos, mas o achou com uma temática forte, difícil de comercializar. Sarro não se intimidou. Disse que deixaria os quadros para esperar o que acontecesse. E as vendas logo começaram.
O artista ficou na Praça da República de 1972 a 1984. Nesse ano, o galerista ligou para Sarro, dizendo que ouvira dizer que o artista expunha aos domingos na Praça da República – e isso desvalorizava , para muitos o seu trabalho, pois o viam como um pintor de final de semana, não como um profissional das tintas. Sarro respondeu que, de fato, havia exposto lá. E nunca mais apareceu na Praça, a não ser um par de vezes para visitar alguns amigos que lá deixou.
Certa vez, um crítico disse que Sarro plagiava o trabalho de um artista chamado Sinval. Isso era impossível, porque o pintor de Andradina não conhecia essa pessoa e muito menos os seus quadros. Mais tarde, se conheceram e se tornaram amigos, tendo participado juntos de alguns salões de arte.
Em 1981, seis instituições japonesas organizaram exposições de obras de Sarro. No ano seguinte, expôs no Museu de Arte de São Paulo e no Museu de Arte de Florianópolis, Em 1983, foram os italianos que se encantaram com o seu trabalho. Paralelamente, realizou mostras em mais de 20 cidades brasileiras. Gradualmente, levou o seu talento para Milão, Bolonha, Roma (no Palácio Dora Pamphili, que abriga a embaixada brasileira), Paris, Buenos Aires, Miami e Lisboa, entre outros locais. Em 1988, trabalhos foram adquiridos pela Fundación Rali – Museu Latino Americano, de Punta del Este, Uruguai.
Em 1984, surgiu o Grupo 11 Caminhos, integrado por Blanco Y Couto, Cazarré, Christina Motta, Elvio Santiago, Henry Vitor, Jorge Branco, Otoni Gali Rosa, Sarro, Sinal, Tomzé e Vilela. Quem tinha um cliente o levava aos outros, abrindo portas por galerias e colecionadores de todo o Brasil. O grupo durou quatro anos, mas se desfez devido a divergências entre os integrantes. Enquanto durou, ajudou a divulgar os artistas e gerou até a publicação de um livro, em 1987, com coordenação da crítica Josette Mazzella di Bosco Balsa.
Cada integrante seguiu o seu caminho. Sarro prosseguiu pintando, pesquisando e vendendo. Em 1992, lançou o livro Retrospectiva 20 anos, na galeria de Jorge Mabe, irmão do pintor Manabu Mabe. Na ocasião, conheceu o colecionador e marchand suíço radicado no Brasil Marcel Markus, que o levou para uma exposição naquele país. Eles estabeleceram então uma parceria de exposições e viagens pela Europa, Austrália e Singapura, que se mantém até hoje e que levou Sarro a viajar com seus quadros por quase todo o mundo, inclusive a Rússia, em 2005. A estratégia é investir o dinheiro ganho com a venda de quadros em materiais de pintura e viagens. Assim, novos mercados e oportunidades são abertos constantemente.
A primeira exposição dessa fase é, em 1993, em Zurique, Suíça. Seguem-se mostras em Genebra, Nova York e Las Vegas. Em 1997, a pequena cidade de Kevelaer, Alemanha, foco de peregrinações católicas por causa de sua catedral, impressiona Sarro e o leva a se aprofundar na arte sacra.
Ainda na Alemanha, o farmacêutico Gerd Wolf indicou a cidade de Klingenmünster como um local em que Sarro poderia desenvolver ainda mais o seu trabalho. Deu certo, pois o talento aproveitou ao máximo a iniciativa de Marianne Mathis de tornar o nome Sarro marca de vinho, com rótulos com obras do artista. Na cidade, o produto é comercializado junto à exposição das pinturas do artista brasileiro. Em 2001, elabora um vitral para o mosteiro local, fundado no do século XI.
Em 1999, as pinturas de Sarro são exibidas no Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça. Uma escultura de pequeno porte, em bronze e 12 grandes quadros tratando sobre crianças carentes chamam muito a atenção. Único representante das artes plásticas brasileiras no evento, o artista alerta sobre a importância dos jovens não caírem na marginalidade, numa mensagem que toca o coração de todos os presentes ao evento.
No mesmo ano, Sarro esteve pela primeira vez na Austrália, país que pouco conhece da arte brasileira. Divulgou a sua obra em Melbourne. Dois anos depois, realizou exposições naquela cidade, em Sydney e Perth. Também esteve no Museu de Arte de Singapura, para dar uma palestra sobre arte latino-americana.
Em 2000, o artista brasileiro foi para Bergen, cidade da Noruega com grande tradição cultural. Ali reencontrou, por acaso, a crítica Josette Balsa, a mesma que escrevera os livros sobre o Grupo 11 Caminhos, que Sarro integrara, e sobre os 20 anos de sua carreira (1972-1992). Ela mora agora em Hong Kong e estava na Noruega, estabelecendo parcerias entre o museu da cidade onde mora e o município europeu. Na oportunidade, Sarro recebeu novas orientações sobre possibilidades de exposições e contatos com museus.
Além do trabalho como pintor, a partir dos anos 1990, Adélio Sarro começou a desenvolver uma nova faceta: a de escultor de murais e de obras de grandes proporções. As primeiras experiências com cimento e concreto foram em 1988. Ele sempre concebeu a pintura como uma escultura pela grandeza épica e pela textura e começou a explorar esse conceito.
Devido a sua experiência como servente de pedreiro, Sarro já tinha grande conhecimento de como trabalhar com materiais como concreto e ferragens. Esculpido em concreto e resina, em 1990, sobre os três arcos de sua casa em São Bernardo, o painel Resposta da vida mostra desde a sua infância como trabalhador rural à ignorância do ser humano, sempre envolvido em guerras. Mistura assim elementos da própria vida com a história da humanidade.
Encomendas começaram a surgir em numerosas cidades, como São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Santo André, Brodósqui, Jardinópolis, Marília, Ribeirão Pires, Vera Cruz e Araras, entre outras. São cerca de 15 monumentos, alguns com diversas figuras, totalizando aproximadamente 130 trabalhos escultóricos.
As obras mais grandiosas foram em Aparecida do Norte. Tudo começou com a feitura de um painel para o Teatro de Osasco. Daí surgiu a indicação para realizar um trabalho com o mesmo material – concreto – na cidade que é o principal centro religioso do país. O convite foi para fazer a Via Sacra. Sarro fez uma maquete, que foi aprovada.
Assim, em 1999, construiu 14 painéis (número das estações do caminho de Jesus até o Calvário). A inauguração foi em 2000, com a presença de 500 mil fiéis. Realizou ainda um portal com mãos enormes em posição de prece, um grande painel na nova capela da Via Sacra e outro dentro da Basílica de Aparecida do Norte.
Outros trabalhos de Sarro em Aparecida são os portais de entrada com cabeças de bispos com 2 m de diâmetro e painéis inaugurados em 29 de março de 2005, de relevo policromado na Capela de São José, também na Basílica. São todas obras monumentais, que impressionam pelo tamanho e qualidade.
As obras realizadas em Aparecida do Norte geraram contatos com uma organização que sustenta projetos contra a miséria na América Latina, a Advniat, sediada na Alemanha. O trabalho de Sarro gerou grande impacto e foi feita uma exposição em Essen, sede da entidade. Como resultado, o tríptico Liberdades da vida é adquirido para a recepção do Banco da Diocese local.
Sarro tem uma grande produção de pinturas a óleo e esculturas. A base dessa riqueza, porém, está, em grande parte, nos seus desenhos. Ele tem um acervo de mais de 900 deles, muitos ligados às suas origens, ao mundo rural, que conheceu tão bem quando trabalhou na roça, em contato direto com a natureza.
A obra do artista, em suas mais diversas facetas, principalmente pelo uso todo especial do azul, vermelho e rosa, costuma encantar as crianças. Atividades com elas são desenvolvidas, por exemplo, na Alemanha, e principalmente em sua cidade natal, Andradina, na qual a criação de desenhos, poesias, paródias, pensamentos e acrósticos são estimuladas em atividades coordenadas pela professora Sandra Maria Pardo Soares, que estimula os alunos a despertarem para o mundo das artes e das cores a partir do principal criador plástico da cidade, a quem o município dedicou inclusive um Memorial.
O uso da cor e das formas avantajadas, a ligação do ser humano com a terra e os animais, como pássaros, papagaio, gato, carneiro ou boi, além da presença constante de instrumentos musicais, como uma flauta, um violão ou um bandolim, tornam a obra de Adélio Sarro diferenciada.
A vida e a obra de Sarro se confundem justamente na capacidade do artista de tratar esses e outros temas de uma forma muito pessoal. O esforço de toda uma vida e a produção incessante desenvolveram um talento já presente na infância para a produção de obras maravilhosas.
O apurado trabalho com as transparências da cor é utilizado na construção de imagens tocantes sobre o trabalho rural e a momentos de intensa integração do ser humano ao universo, seja por meio do amor aos animais, à natureza ou à música. Desse modo, o pintor de Andradina estabelece a sua harmonia universal e mostra a possibilidade de um mundo melhor em que a arte seja valorizada como uma das mais genuínas expressões da mente humana.
Fonte: www.artcanal.com.br/oscardambrosio
Alquimia interior
Fonte da Imagem: //expression-art.net/adelio-sarro-2
Fonte da foto do artista: //clock51.com/2012/04/03/adelio-sarro-sobrinho/
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