O Dito e o Visto: Ode à
Criação Libertária
(Apresentação Multimídia de Arte Experimental)
José Augusto Silveira
Data: 17/Janeiro/2014
Horário: 19 h
Local: Auditório da Livraria da Travessa (Shopping Leblon)
Endereço: Av. Afrânio de Melo Franco, 290 - loja 205
A
Tel: (21) 3138-9600
Gratuito
Classificação Livre
A junção das imagens com os
textos gravados pela voz do próprio autor pretende ultrapassar a barreira da
apreciação visual da obra de arte sem, no entanto, prender o expectador, e sim,
de outra forma, permitindo-lhe descortinar interativamente novas possibilidades
de compreensão com o discorrer do texto numa viagem histórica da criação do
cosmos e da vida.
O visto, construído em formas e
cores, é pura percepção do artista em relação a seu próprio ser. O dito,
realizado pelas palavras faladas de seus vários vistos, é a possibilidade de
entendimento de seu olhar também para consigo mesmo.
A maioria das gravuras tem uma
concepção referenciada na arte naif embora o trabalho gráfico como um todo não
esteja preso inteiramente às características desse estilo artístico, desaguando
em um naif contemporâneo em que são absorvidas influências da arte pop,
surrealista e abstrata.
Animalidade Humana, 2012 José Augusto Silveira |
Naif, pelo seu colorido e
simplicidade gráfica; surrealismo, por suas formas baseadas na fantasia, no
inconsciente e nos sonhos; e pop, quando aparece o figurativismo realista,
configurando os costumes e os aspectos sociais de nosso mundo contemporâneo,
como por exemplo, na imagem intitulada “Profecia Escatológica: a Flor de
Hiroshima”, onde o cogumelo atômico empilha aos seus pés milhares de cabeças
humanas, animais, carros, casas, barcos, tendo como fundo um céu sinistramente
roxo-apocalíptico.
O estilo de José Augusto envolve o
preenchimento das cores de uma forma muito particular no sentido de que os
espaços são cobertos de hachuras em caneta esferográfica e, depois, com
retoques de lápis de cor e canetas hidrocor.
Suas formas são normalmente
sinuosas e orgânicas. Sobre essa aspecto, Silveira diz:
“Nós somos orgânicos, sinuosos e
luminosos desde sempre. Nosso cosmos é colorido, é de luz, de curvas
organicamente delineadas, e é um cosmos já realizado para nós e, ao mesmo
tempo, por nós”.
Conceitos
filosóficos da obra
A arte não pode ser reduzida a
uma prestação de serviços. Ela deve ir adiante, questionando, provocando, como
também, estimulando, cruzando e derrubando a barreira do conhecimento
estabelecido. Ela deve promover o choque entre as barreiras existentes em torno
do conhecimento racional e do sentir:
até mais que isso, criar uma mixagem entre o pensamento e o sentimento.
O trabalho não tem por objetivo
entreter, e, sim, levar à reflexão de temas como a liberdade criativa nas
artes, em contraposição a crítica à sociedade de consumo e à capacidade
destrutiva do homem e, também, à reflexão da evolução humana e sua interface
com a tecnociência.
Na crítica à sociedade de consumo
há uma preocupação quanto a ausência do pensamento enquanto bem humano
desenvolvido evolutivamente, e agora, substituído em grande parte pela pura
ação instrumental (Escola de Frankfurt – Marcuse).
Por outro lado, os textos são
influenciados também pelo pensamento de outros filósofos modernos tais como
Heidegger, Nietzche e Foucault.
Nascido em 1954, na cidade de
Tutóia no Estado do Maranhão. Veio para o Rio de Janeiro aos dois anos de idade.
Silveira é dentista, artista plástico
e interessado em conceitos de arte, filosofia e política. Foi o fundador e
preside instituições como o Pensamento Ecológico e o IIAN (Instituto Internacional de Arte
Naif).
É sobrinho da pintora naif Elisa
Martins da Silveira.
Quando criança presenciava
reuniões na casa de sua tia do ‘Grupo Frente’, capitaneado pelo artista
plástico Ivan Serpa, e tendo como participantes Aluísio Carvão, Hélio Oiticica,
Lygia Clark, Lygia Pape, entre outros.
Texto: Álvaro Nassaralla
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