quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Somos hipermodernos e isso quer dizer também somos sertanejos, caipiras, pantaneiros, cariocas!


Por Álvaro Nassaralla


A hipermodernidade também é a volta do artesanal

 
Conversando frequentemente com artistas naifs, vejo que a inspiração para que eles criem vem de suas experiências cotidianas, do que vivenciam, de suas emoções. E, principalmente, pintam, esculpem, tecem, xilografam, etc, baseados nas localidades em que vivem ou em que viveram quando criança.

Por isso, sou obrigado a concordar apenas em parte com o filósofo francês, Gilles Lipovetsky, entrevistado pelo programa Milênio do canal GloboNews, em dezembro de 2012. Como a introdução da reportagem mesmo diz, estamos atravessando um universo de oposições e sobreposições, o que representa a substitução da era pós-moderna pela atual hiper-moderna.

Segundo o filósofo, hoje 'há uma inflação de conhecimento, uma inflação de informação’. Ele fala do extraordinário desenvolvimento das mídias e da informação:

 
“Antigamente a cultura era um mundo pequenininho. O mundo dos artesão , o mundo dos artistas, (…), dos artistas da vanguarda. Hoje são gigantes transnacionais. Nos EUA, o faturamento das artes visuais é maior do que o da Boing, do que o da indústria química, do que o da agricultura. É o principal produto de exportação dos Estados Unidos (…) Falamos dos gigantes mundiais da cultura. Não se trata mais de uma cultura específica diferente, de Londres, de Buenos Aires e de Pequim.”


 
Mas é exatamente nesse ponto que descordo do grande pensador francês Lipovetsky. Pela nossa experiência com as pessoas que contactamos e, também, as que entram em contato conosco, há um genuíno interesse em visões regionalistas e pessoais, principalmente representando e/ou reinterpretando culturas locais.

A hipermodernidade também é a volta do artesanal, da arte figurativa, do pessoal, do talento em uma era de mídia de massa em que tudo era parteurizado justamente para as massas. Isso ainda hoje existe, como bem tratou Gilles acima, falando das grandes transnacionais que empurram um tipo de cultura ‘esterilizada’ para o mundo; mas também existe o oposto que é o toque pessoal, o local, o talento.

Fonte: Gilles Lipovetsky fala sobre conceito de hipermodernidade (Vídeo – Entrevista ao programa Milênio da Globonews)

Os tempos hipermodernos – Gilles Lipovetsky


Conheça mais de 200 artistas naïfs
contemporâneos no botão abaixo:


  

Nenhum comentário:

Postar um comentário